Amostras de terras raras: Óxido de cério, Bastnasita, óxido de neodímio e carbonato de lantânio • .REUTERS/David Becker

O G7 anunciou um pacote de US$ 6,4 bilhões (cerca de R$ 34,4 bilhões na cotação atual) em investimentos, parcerias e compromissos industriais para acelerar a produção e o processamento de minerais críticos no ocidente.

O anúncio ocorreu na última sexta-feira (31), durante a reunião de ministros de Energia e Meio Ambiente do grupo, em Toronto, sob coordenação do Canadá.

A medida marca a primeira etapa de implementação da Aliança de Produção de Minerais Críticos, iniciativa lançada em 2025 para organizar rotas de suprimento entre países aliados e diminuir a dependência da China, que hoje domina tanto a produção quanto o refino desses materiais.

Atualmente, Pequim controla entre 70% a 80% da oferta global de minerais críticos e mais de 90% da capacidade de processamento de terras raras, etapa de separação química que transforma o minério bruto em insumo de alto valor agregado.

A IEA (Agência Internacional de Energia) classificou essa concentração como um risco geopolítico severo, alertando que o domínio chinês permite a Pequim influenciar preços, controlar o acesso de países concorrentes e definir o ritmo de avanço de tecnologias estratégicas, como semicondutores, veículos elétricos e sistemas de armazenamento de energia.

Entre os projetos apoiados pelo pacote estão:

  • Nouveau Monde Graphite, que desenvolverá a maior instalação integrada de grafite natural da América do Norte, próximo a Montreal, com participação de Panasonic, Mitsui & Co. e apoio financeiro do governo japonês. O grafite é componente essencial do ânodo de baterias de íons de lítio.
  • Rio Tinto, que expandirá em Sorel-Tracy (Quebec) a produção comercial de escândio, mineral estratégico para ligas de alta resistência usadas em aviação, defesa e componentes estruturais.
  • Ucore Rare Metals, que vai escalar em Kingston (Ontário) uma instalação dedicada ao refino de terras raras pesadas, como samário e gadolínio, utilizadas em sistemas de radares de precisão, turbinas e motores de alto desempenho.
  • Torngat Metals, com o projeto Strange Lake, em Quebec, focado em terras raras pesadas, em parceria com a francesa Carester para processamento e separação.

Além das empresas, o pacote também envolve cartas de intenção de financiamento e garantias firmadas com os governos de Alemanha, Japão, Estados Unidos, Itália e Austrália, que funcionam como um sinal de apoio financeiro e político aos projetos.

Na prática, esses países se dispõem a cofinanciar empreendimentos, por meio de bancos de desenvolvimento e agências de crédito à exportação, assumindo parte do risco e oferecendo seguros e garantias que reduzem o custo de capital para as empresas envolvidas.

O G7 é a abreviação de Grupo dos Sete, uma organização informal de líderes de algumas das maiores economias do mundo: Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Reino Unido e Estados Unidos.

Com informações de CNN Brasil.

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