O Grupo Permanente de Monitoramento e de Fiscalização do Sistema Carcerário do Tribunal de Justiça do Amazonas (GMF/TJAM) visitou, no final do mês passado, mais dois municípios do interior do Estado: Tefé e Coari, com a principal finalidade de inspecionar as unidades prisionais nessas localidades, além de outras ações. As vistorias foram realizadas pelo presidente do GMF/TJAM, desembargador Elci Simões de Oliveira, e pelo coordenador do grupo, juiz de Direito Fábio Lopes Alfaia.

Em Tefé (distante 525 quilômetros de Manaus) a inspeção ocorreu nos dias 24 e 25 de outubro naquela que é a mais nova unidade prisional do Amazonas, inaugurada em março deste ano. A Unidade Prisional de Tefé (UPT), conforme o site do governo do Estado, recebeu recursos de R$ 11,2 milhões, fruto de parceria com o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP). O local tem capacidade para 125 apenados do regime fechado.

Além da inspeção da UPT, foi reinstalado o Conselho da Comunidade em Tefé, assinado um Termo de Compromisso com a Prefeitura para instalação do Escritório Social no município nos moldes do de Manaus e criado o Fundo Municipal para Políticas Penais em Tefé”, informou o juiz Fábio Alfaia.

O Conselho da Comunidade é um órgão criado para efetivar a participação da sociedade, por meio de representantes de diversos segmentos, na verificação da execução das penas criminais, principalmente as penas privativas de liberdade (detenção) e no retorno ao convívio familiar e social do egresso (ex-presidiário), com supervisão direta do Juiz da Comarca.

Já os Escritórios Sociais são setores impulsionados pelo CNJ desde 2016 para articulação entre Judiciário e Executivo com a finalidade de oferecer serviços especializados a partir do acolhimento de pessoas egressas do sistema prisional e seus familiares, permitindo-lhes encontrar apoio para uma retomada do convívio em liberdade civil. A proposta é que isso seja feito, por exemplo, por meio da oferta de cursos profissionalizantes, capacitação e encaminhamentos para vagas de empregos e atendimento psicossocial.

“A visita às Comarcas foi muito exitosa. Este GMF tem procurado seguir as diretrizes do Conselho Nacional de Justiça, sobretudo às recomendações e determinações advindas da inspeção realizada no Tribunal de Justiça do Amazonas por integrantes do CNJ, em maio deste ano”, resumiu o desembargador Elci Simões, em relação às últimas atividades realizadas pelo GMF no Estado.

Coari

Na Comarca de Coari, a 370 quilômetros de Manaus, a vistoria à unidade prisional foi realizada no período de 26 a 27 de outubro e, em atenção ao acórdão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que determinou a tomada de providências urgentes para a melhoria da unidade ou até mesmo a interdição dela, se necessário. Todas as informações registradas serão encaminhadas ao CNJ.

Junto à Prefeitura de Coari foi assinado um Termo de Compromisso para a criação do Fundo Municipal para Políticas Penais e a reinstalação do Conselho da Comunidade de Coari. “Consideramos positivas as visitas feitas às duas comarcas. O Estado do Amazonas, até o ano passado, só tinha Escritório Social em Manaus. Agora o interior também vem sendo contemplado com esse setor. No final do ano, esperamos estar já com projetos voltados à qualificação, propostos pela Escola Superior da Magistratura do Amazonas (Esmam) e Escola de Aperfeiçoamento do Servidor (Eastjam) para esse público”, explicou o coordenador juiz Fábio Alfaia.

O magistrado informou que ainda estão previstas visitas a Maués (356 quilômetros) e Parintins (a 369 quilômetros da capital) pela equipe do GMF do TJAM. “Será a primeira vez que vamos ter inspecionado todas as unidades prisionais localizadas no interior em um mesmo ano”, ressaltou Alfaia.

Artigo anteriorNetanyahu se aproxima de novo mandato em Israel com aliados da direita radical
Próximo artigoLandim, presidente do Flamengo, se posiciona após fala xenofóbica de diretora: ‘Direito de se posicionar’