O governo decidiu retomar o projeto dos veículos aéreos não tripulados (vant). O Comando da Aeronáutica lançou edital para a contratação de capacidade espacial via satélite para a implantação do serviço de controle dos sistemas das aeronaves Hermes e Heron I. Os dois aviões não tripulados foram comprados em Israel em 2009, no final do segundo mandato do presidente Lula.

O projeto já consumiu mais de 150 milhões de reais. O objetivo inicial era colocar os dois aparelhos para atuar em ações de inteligência nas fronteiras, monitorando o narcotráfico e o contrabando de armas, mas isso praticamente não saiu do papel. A reabilitação dos aparelhos começou em janeiro de 2019, quando o Ministério da Justiça, por intermédio da Polícia Federal, assinou termo de cessão de uso com o Comando da Aeronáutica, para a operação conjunta do Sistema de Aeronaves Remotamente Pilotadas (Sarp).

Estas aeronaves possuem 16 metros de envergadura e podem voar por instrumentos por 36 horas consecutivas. As lentes dos Vant são tão potentes que podem ler uma carteira de identidade a 5 quilômetros de altura ou detectar túneis de 7 metros de profundidade. Em uma semana, um Vant pode mapear todo o território nacional. Em morros e favelas, o avião não tripulado pode fazer reconhecimento facial de traficantes.

A contratação de serviços de comunicação por satélite é necessária, pois dá mais autonomia ao Vant. A base de controle do avião e a recepção de imagens de alta resolução é uma espécie de contêiner em terra, mas o avião passa a ser controlado por satélites quando excede um raio de 250 a 300 quilômetros de distância da base.

Quando a Polícia Federal comprou os aparelhos em 2009, uma das missões era a de mapear as pistas clandestinas do narcotráfico na Colômbia, bem próximas da fronteira com o Brasil. Isso porque este tipo de avião não tripulado não precisa invadir a fronteira dos países vizinhos para investigar alvos externos. O Vant pode monitorar ações humanas a 30 quilômetros de distância.

Nas mãos da Aeronáutica, estes aviões poderão ser utilizados em inúmeras operações de inteligência, pois são silenciosos e quase invisíveis no ar. A Aeronáutica diz que “as informações geradas podem ser utilizadas para subsidiar decisões estratégicas e táticas”. (Veja.com)

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