O governo da Paraíba admitiu que vacinas vencidas contra a Covid-19 foram aplicadas em 94 pessoas depois de reportagem do Metrópoles revelar que isso aconteceu em 160 cidades de 23 estados do Brasil. O secretário de Gestão da Secretaria de Saúde do estado deu entrevista à uma tevê local sobre o caso.

Segundo a secretaria, as pessoas serão acompanhadas para observação de eventuais efeitos adversos, mas devem ser vacinadas com a segunda dose normalmente.

O governo do estado foi procurado em 20 de abril e questionado sobre a questão. A Secretaria de Saúde do estado não respondeu às perguntas enviadas.

A Paraíba não foi a primeira Unidade da Federação que admitiu o problema depois das revelações do Metrópoles. A prefeitura de Dracena (SP), onde 80 doses vencidas foram aplicadas, foi procurada também no dia 20 de abril. O Executivo local não respondeu aos questionamentos, mas o prefeito da cidade utilizou os dados enviados por e-mail para admitir o problema em uma postagem nas redes sociais.

Nesta segunda-feira (26/4), um inquérito da Polícia Civil foi aberto na cidade para apurar o ocorrido. O inquérito tem prazo de 30 dias.

Todos os casos dizem respeito a três lotes de vacinas da Astrazeneca fabricadas pelo Instituto Serum, da Índia, em outubro do ano passado e importadas para o Brasil no início do ano. Eles são identificados como 4120Z001, 4120Z004 e 4120Z005.

Como o imunizante desenvolvido pela farmacêutica em parceria com a Universidade de Oxford tem prazo de validade de seis meses, os lotes venceram em março e abril deste ano. As vacinas do Instituto Butantã tem prazo de validade de um ano e nenhum venceu até o momento.

A aplicação fora do prazo tem como consequência principal a ineficácia do imunizante.

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