Felipe Menezes/Metrópoles

O ministro da Casa Civil do governo Lula, Rui Costa, afirmou a jornalistas, nesta sexta-feira (24/1), que o Planalto não tomará nenhuma “medida heterodoxa” para conter o aumento do preço dos alimentos. O governo faz um esforço contra a inflação e lida também com críticas nas redes sociais contra medidas que não foram anunciadas, mas foram discutidas internamente, como mudanças nas regras da data de validade.

O que está acontecendo:

  • A inflação dos alimentos está sendo considerada pelo governo Lula como um grande problema e o presidente se reuniu com alguns ministros nesta sexta-feira (24/1) para discutir medidas capazes de reduzir os preços.
  • O preço dos alimentos puxou a alta na inflação de 2024, que fechou o ano em 4,83%  – acima da meta projetada pela equipe econômica do governo.
  • O ministro da Casa Civil, Rui Costa, descartou o que chamou de “medidas heterodoxicas” para conter o problema e disse que o governo acredita que a “supersafra” de produtos agrícolas após um ano de clima prejudicial (2024) vai ajudar a reduzir os preços para o consumidor.
  • A redução da alíquota de importação de alimentos que estejam mais baratos no mercado internacional também é uma ação planejada.

A declaração de Rui Costa negando medidas heterodixicas foi após uma reunião com o presidente Lula e auxiliares para debater uma série de medidas com o intuito de frear a alta no preço dos alimentos. Os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Carlos Fávaro (Agricultura), Esther Dweck (Gestão e Inovação) e Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) também estiveram presentes.

“Quero reafirmar taxativamente: nenhuma medida heterodoxa será adotada, não haverá congelamento de preços, tabelamento, fiscalização. Ele [Lula] até brincou: ‘Não terá fiscal do Lula nos supermercados e nas feiras’. Não terá rede estatal de mercado ou de lojas para vender produtos. Isso não existe. Isso sequer foi apresentado na reunião”, disse Rui Costa.

O chefe da Casa Civil se referiu, ao falar de “fiscal do Lula”, a medidas como aquelas do governo Sarney (1985-1990), durante o Plano Cruzado, quando os “fiscais do Sarney” vigiavam os preços no comércio varejista.

A declaração do ministro da Casa Civil acontece depois de o próprio ter sugerido uma “intervenção” do governo com o intuito de baratear os alimentos. A pauta deve ser o foco da terceira gestão petista em 2025.

“Vamos fazer algumas reuniões com o ministro da Agricultura, com o ministro do Desenvolvimento, o rural, que pega as pequenas propriedades, o MDR e o Ministério da Fazenda, para a gente buscar um conjunto de intervenções que sinalizem para o barateamento dos alimentos”, declarou o ministro durante o programa Bom Dia, Ministro, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

O mercado não reagiu muito bem à declaração de Rui Costa, o que levou o governo Lula a ser alvo de ataques nesta semana.

Com informações de Metrópoles

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