Foto: Diego Peres/Secom

O Governo Federal atendeu a um pedido do governador Wilson Lima e confirmou que o Amazonas será reconhecido como área livre de febre aftosa sem vacinação, a partir do dia 2 de maio, quando a aplicação da vacina contra a doença será interrompida no estado. A decisão está na Portaria nº 665, do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), publicada nesta segunda-feira (25/03) no Diário Oficial da União (DOU).

Em reunião com o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, no último dia 29/02, em Brasília, o governador já havia recebido a sinalização de que o Amazonas estava no caminho para se tornar um estado totalmente livre de febre aftosa sem vacinação. Até então, 14 municípios já tinham a certificação internacional de zona livre de febre aftosa sem vacinação.

“Atendendo a um pleito nosso, o Ministério da Agricultura e Pecuária reconheceu o Amazonas como estado livre de febre aftosa sem vacinação. Isso é importante porque abre as portas para que possamos exportar nossos produtos e fortalece a produção rural do nosso estado”, destacou o governador Wilson Lima.

No entanto, reforçou o governador, a campanha de vacinação em andamento no Amazonas continuará até 30 de abril, já que o status “livre sem vacinação” só será mantido se o índice vacinal superar 95%.

O próximo passo será o reconhecimento internacional, por parte da Organização Mundial de Saúde Animal (Omsa), conferindo ao Estado o status “livre de aftosa sem vacinação”.

Segundo a portaria, a partir de 2 de maio, será proibido armazenar, comercializar e usar vacinas contra a febre aftosa no Amazonas, Amapá, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Piauí, Rio de Janeiro, Roraima, São Paulo, Sergipe, Tocantins e Distrito Federal.

Também estará proibida a entrada de animais vacinados contra aftosa nesses estados, a menos que sigam orientações específicas do Mapa.

“Mais um uma conquista histórica, sanitária e econômica para o Amazonas e nossos pecuaristas. Esse reconhecimento é o mais elevado status sanitário que um Estado pode ter nacionalmente, mas o trabalho continua para alcançarmos o reconhecimento internacional. É importante que continuemos vacinando os rebanhos, pois a portaria entrará em vigor a partir do dia 2 de maio”, reforçou o secretario da Sepror, Daniel Borges.

Campanha em andamento

Produtores devem adquirir as vacinas nas casas agropecuárias ou no escritório do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Amazonas (Idam) de seu município.

As vacinas devem ser aplicadas até 30 de abril e a notificação junto à Adaf deve ser feita até 15 de maio. Esta deve ser a última campanha após a inclusão do Amazonas entre os Estados que pleiteiam o status Livre de Aftosa sem Vacinação.

“É fundamental que os pecuaristas do Amazonas entendam que é preciso vacinar agora para não vacinar mais. Só vamos conseguir manter o status se obtivermos a participação de todos”, afirmou o presidente da Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Estado do Amazonas (Adaf), José Omena.

Para esta última campanha, a Secretaria de Estado de Produção Rural (Sepror) investiu aproximadamente R$ 1,6 milhão, proporcionando a aquisição de 375 mil doses. A campanha visa atingir os bovídeos de todas as idades na primeira fase, de 15 de março a 30 de abril.

Desde 2019, o Amazonas já investiu R$ 4,1 milhões na compra de 1.534.610 doses de imunizante, visando alcançar o status de estado livre da febre aftosa sem vacinação.

A meta do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) é que o Brasil se torne totalmente livre de Febre Aftosa sem vacinação até 2026. A partir de 1º de maio de 2024, haverá restrição na movimentação de animais e produtos entre os estados que suspenderam a vacinação e aqueles que ainda a praticam.

Atualmente, possuem o status sanitário Livre de Febre Aftosa Sem Vacinação, obtido em 2021, os municípios de Apuí, Boca do Acre, Canutama, Eirunepé, Envira, Guajará, Humaitá, Itamarati, Ipixuna, Lábrea, Manicoré, Novo Aripuanã, Pauini e parte de Tapauá. Portanto, os produtores dessas cidades não precisam mais vacinar.

Artigo anteriorIdam intensifica regularização de produtores rurais na RDS do Rio Amapá, em Manicoré
Próximo artigoEm Parintins, Governo do Amazonas impulsiona setor primário beneficiando 530 produtores rurais