Foto de Chico Batata/Greenpeace

“Um relatório produzido pela Secretaria de Operações Integradas do Ministério da Justiça e Segurança Pública no final de 2021 alertou que eram necessárias mais ações para combate ao garimpo na Terra Indígena yanomami e citou que a atividade estava interligada a outros crimes”, informa o jornalista Carlos Madeiro, no portal UOL.

“Apesar dos alertas graves, o governo decidiu acabar com as fiscalizações na região no ano seguinte”, acrescenta. 

Madeiro ainda informa que o “documento foi feito para apresentar os resultados dos três ciclos da operação integrada feita por órgãos do governo federal no segundo semestre de 2021 na Terra yanomami”. 

O que alertava o relatório:

  1. Outros crimes interligados: “O estrangulamento da atividade ilegal do garimpo resulta em outras ações de segurança pública, que envolvem combate à devastação ambiental, tráfico de pessoas e trabalho escravo”.
  2. Necessidade de fiscalização permanente: “É provável o retorno das atividades de garimpo logo após as ações de estrangulamento aconteçam, razão pela qual é necessária, a partir desse conhecimento se possa aprimorar ou adaptar normas e procedimentos que mitiguem de sobremaneira esse tipo de crime”.
  3. Melhor apontamento das áreas de operação: “Observamos que não houve atividade de garimpo nas áreas de interesse operacional, e entendemos ser relevante os dias e os ciclos apresentados como sendo possíveis e factíveis, cabendo uma análise pormenorizada para o próximo ano”.

Operações Pararam

“Em 2022 as operações pararam, não aconteceu mais nada. Isso acabou gerando uma invasão generalizada, inclusive em áreas muito sensíveis, com atividade ao lado de comunidades”, relata Alisson Marugal, procurador da República em Roraima.

Ele cita que as ações de 2021 só foram feitas por conta de uma determinação judicial, atendendo a pedido do MPF (Ministério Público Federal) de Roraima.

À época do relatório, a pasta da Justiça e Segurança Pública era comandada por Anderson Torres, que está preso suspeito de ter facilitado os atos terroristas do dia 8 de janeiro, em Brasília.

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