Ricardo Stuckert / PR

Após a derrota da MP do IOF no Congresso, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai insistir na campanha pela tributação das casas de aposta on-line, as chamadas bets, e as fintechs.

Nessa quinta-feira (9/10), o chefe do Planalto sinalizou que a alternativa para a derrubada do texto pode recair sobre o sistema financeiro, principalmente, às empresas de tecnologia financeira. Na semana que vem, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT-SP), deve apresentar ao petista a cartela de opções.

“Eu volto na quarta para Brasília [após viagem a Roma] e, aí, sim, eu vou reunir o governo para discutir como a gente vai propor que o sistema financeiro, sobretudo as fintechs — que tem fintech hoje maior do que banco —, que elas paguem o imposto devido a esse país”, disse o presidente em entrevista à rádio Piatã FM, da Bahia.

A MP nº 1.303 foi proposta em substituição à alta do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e estabelecia ações para aumentar a arrecadação do governo. O texto, no entanto, perdeu o prazo para apreciação do Congresso, resultando em uma perda de R$ 17 bilhões. Agora, o governo avalia medidas para fechar as contas em 2026.

Líderes governistas ouvidos pelo Metrópoles defendem a continuidade da pressão sobre a chamada “taxação BBB”: bets, bancos e bilionários. O líder do PT na Câmara Lindbergh Farias (PT-RJ) apresentou um projeto de lei que prevê aumentar a tributação das bets de 12% para 24%. O valor arrecadado seria destinado ao Orçamento da seguridade social.

Além disso, o presidente da Comissão de Finanças e Tributação da Câmara, Rogério Correia (PT-MG), pautou para a próxima quarta-feira (15/10) a votação de um relatório que propõe cortar em 10% as renúncias fiscais. Atualmente, as isenções somam cerca de R$ 800 bilhões ao ano.

O projeto de lei complementar que trata do tema, apresentado pelo líder do governo José Guimarães (PT-CE), prevê uma economia de R$ 25 bilhões no ano que vem a partir da redução de renúncias.

Na visão de aliados do presidente, além de segurar a situação fiscal do Executivo, a pauta tem potencial de desgastar a oposição. Na quarta, após derrubada da MP, o termo “Congresso Inimigo do Povo” ficou entre os assuntos mais comentados no X.

Artigo anteriorUBS Fluvial de Maués ultrapassa 12 mil atendimentos em apenas cinco meses
Próximo artigoGaleria do Largo inaugura quatro novas exposições que unem arte urbana, ancestralidade e tecnologia