A Secretaria de Planejamento Econômico, vinculada ao Ministério da Fazenda, aumentou sua projeção de crescimento da economia brasileira para 2023 e manteve as projeções para 2024, segundo nova edição do Boletim Macrofiscal, divulgado nesta terça-feira (23/5).

A projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023 subiu para 1,9%, um aumento em relação à previsão de 1,6% no relatório anterior. Para 2024, a Fazenda estima crescimento do PIB em 2,3%.

A nova estimativa já havia sido antecipada na segunda-feira (22/5), no relatório bimestral de acompanhamento de contas do Ministério da Fazenda e do Ministério do Planejamento.

A revisão vem em meio a indicadores de atividade econômica melhores do que o esperado neste primeiro semestre do ano. Como o Metrópoles mostrou, bancos e casas de análise no mercado financeiro vêm revisando para cima a expectativa de crescimento do PIB neste ano.

“O aumento do crescimento esperado para este ano reflete a divulgação de indicadores econômicos com resultados melhores do que os projetados para o primeiro trimestre e para o início do segundo trimestre”, explicou a Secretaria no relatório divulgado.

Otimismo com o agro

A estimativa de crescimento aumentou para os três setores que compõem o PIB, segundo os cálculos do governo.

A projeção melhorou sobretudo para o setor agropecuário, indo de crescimento de 10,4% para 11%, graças aos bons números da safra de grãos e ao aumento de exportações de suínos e frangos.

Já a previsão de crescimento para a indústria teve leve alta, de 0,4% para 0,5%. Em serviços, a projeção subiu de 0,9% para 1,3%.

Projeção acima do mercado

Apesar da revisão entre economistas, as estimativas do governo seguem mais otimistas do que as do mercado financeiro até o momento. A projeção consenso dos analistas ouvidos no último Relatório Focus é de crescimento do PIB de 1,3% em 2024 e de 1,2% em 2023.

Para 2024, a Secretaria de Planejamento Econômico justificou a projeção afirmando que “as políticas de inclusão social, de combate à pobreza e à fome e de redução da inadimplência devem seguir impulsionando o crescimento, amparadas ainda pelo aumento dos investimentos resultantes do plano de transição ecológica, de parcerias entre o setor público e privado e das medidas para tornar mais eficiente o mercado de capitais”.

Um cenário positivo no setor externo e a expectativa de início da queda da taxa básica de juros também ajudam a embasar o crescimento esperado para o ano que vem, segundo o documento.

Inflação

A Fazenda também aumentou sua projeção de inflação para 2023. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) projetado saiu de 5,31%, no último relatório, para 5,58%.

Para 2024, a projeção é de IPCA em 3,63%, alta em relação aos 3,52% no relatório anterior.

“A revisão da projeção de IPCA foi motivada, sobretudo, pela mudança na alíquota do ICMS sobre a gasolina e pelos reajustes previstos para jogos de azar e plano de saúde, apenas parcialmente compensados pela redução anunciada para o preço da gasolina, sem resposta à queda nos preços internacionais do petróleo”, disse a Secretaria no relatório.

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