O Ministério da Saúde pediu nesta sexta-feira (15/1) ao Instituto Butantan a entrega imediata das 6 milhões de doses da Coronavac que foram importadas da China ao Brasil. Em ofício enviado ao diretor do instituto ligado ao governo de São Paulo, Dimas Covas, a pasta destaca que o imunizante está sob análise da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para concessão da autorização para uso emergencial.
“Ressaltamos a urgência na imediata entrega do quantitativo contratado e acima mencionado, tendo em vista que este Ministério precisa fazer o devido loteamento para iniciar a logística de distribuição para todos os estados da federação de maneira simultânea e equitativa, conforme cronograma previsto pelo Plano Nacional de Operalização da vacina contra a Covid-19, tão logo seja concedida a autorização pela agência reguladora, cuja decisão está prevista para domingo, 17 de janeiro de 2021″, diz trecho do ofício.
Mais cedo, o governo de São Paulo, João Doria, afirmou que começa na segunda-feira (18/1) a encaminhar cerca de 4,5 milhões de doses prontas para aplicação para um Centro de Distribuição e Logística do ministério, no Terminal de Cargas do Aeroporto Internacional de Guarulhos.
O Metrópoles questionou ao Butantan se após recebimento do ofício, houve mudança nos planos, mas ainda não recebeu resposta.
“Não é homem”
Pouco depois da chegada do ofício ao governo de São Paulo, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) reagiu a declarações do governador de São Paulo, João Doria (PSDB). Mais cedo, Doria havia se referido ao chefe do Executivo federal como “facínora”, em coletiva à tarde, após ser questionado sobre a atuação do presidente diante da crise que o estado do Amazonas vive com o avanço da Covid-19 na região.
Com internações batendo recordes, unidades de saúde de Manaus ficaram sem oxigênio. O estado do Amazonas está sendo obrigado a enviar pacientes para outros estados.
“Será que o Brasil que você deseja para seus filhos e seus netos é o Brasil de Jair Bolsonaro? É o país de alguém que fala ‘E daí’, ‘Pressa pra quê?’ ‘Já fiz o que pude’, ‘O Brasil está quebrado’. Não, esse não é o Brasil que eu amo, esse não é o Brasil que eu gosto, esse não é o Brasil que eu defendo”, respondeu o governador em referência a algumas declarações polêmicas de Bolsonaro.
Após a declaração, o presidente concedeu uma entrevista ao Brasil Urgente, da TV Band. Na ocasião, Bolsonaro disse que Doria é “pilantra”, que o governador “não tem coragem moral” e que ele “não é homem”.
“Um dos estados que tem mais infectados [pela Covid-19] é o estado de São Paulo. Eu sei que aí tem também o maior número de habitantes. Ele quer jogar a responsabilidade pra cima de mim? Será que ele tem coragem moral, porque homem ele não é, nós sabemos que esse pilantra aí não é homem, de criticar o Supremo Tribunal Federal, que falou que eu não posso interferir? Eu tô cometendo um crime, Datena, por interferir, por ajudar. E não o contrário”, afirmou o presidente, em tom irritado. Com informações de Metrópoles.