
O governo do ex-presidente Donald Trump anunciou, nesta sexta-feira (18), a suspensão imediata da entrada nos Estados Unidos do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de seus familiares e de aliados próximos à Corte. A decisão foi comunicada pelo secretário de Estado, Marco Rubio, por meio das redes sociais.
“Ordenei a revogação de visto para Moraes e seus aliados na corte, assim como para familiares diretos, imediatamente”, escreveu Rubio. Ele acusou o STF de promover uma “caça às bruxas política” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de violar direitos fundamentais não apenas de cidadãos brasileiros, mas também de americanos. Segundo o secretário, o governo Trump já havia se comprometido a agir contra estrangeiros envolvidos com práticas de censura.
Embora Rubio não tenha mencionado nomes além de Moraes, fontes ligadas ao Departamento de Estado confirmaram à imprensa que a medida também atingiu o procurador-geral da República, Paulo Gonet, o delegado da Polícia Federal Fábio Schor e outros ministros do STF — com exceção de Kássio Nunes Marques, André Mendonça e Luiz Fux.
A decisão surge após uma série de articulações feitas pelo deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está vivendo nos Estados Unidos desde março. Ele realizou uma série de reuniões em Washington para pressionar autoridades americanas por sanções contra Moraes. Nas redes sociais, Eduardo comemorou o anúncio: “Eu não posso ver meu pai e agora tem autoridade brasileira que não poderá ver seus familiares nos EUA também.” Em tom de alerta, ainda acrescentou: “Tem muito mais por vir!”
O Departamento de Estado americano, por sua vez, se recusou a detalhar o alcance da medida, alegando tratar-se de informações pessoais e sensíveis. Em maio, no entanto, membros do governo Trump já haviam sinalizado a parlamentares bolsonaristas que restrições de visto poderiam ser impostas a integrantes do Supremo e de outras instituições brasileiras.
A medida também ocorre poucos dias após a visita do presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, a Miami, em meio ao clima de tensão diplomática. Fontes ligadas à diplomacia americana afirmam que a Casa Branca estava ciente da presença do ministro nos Estados Unidos e acompanhou de perto sua entrada no país.
A decisão do governo republicano amplia ainda mais o embate entre o bolsonarismo e o Judiciário brasileiro, agora com reflexos diretos na política externa.










