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Com a proximidade do Carnaval e o aumento do contato íntimo com desconhecidos, aumenta a preocupação dos infectologistas com a transmissão da herpes.

A infecção é causada por oito tipos de vírus. Os dois mais comuns são os vírus HSV-1 e HSV-2. Embora ambos possam causar sintomas tanto orais como genitais, em geral o tipo 1 se manifesta com bolhas doloridas nos lábios e o 2 provoca lesões na região genital.

Embora a herpes oral muitas vezes seja considerada inofensiva, ela pode estar associada também a complicações perigosas, incluindo inflamações nos olhos ou no sistema nervoso. Por isso, é fundamental saber se prevenir e tratar a doença adequadamente.

Como é feita a transmissão?

A principal via de transmissão da herpes é sexual e a exata proporção de pessoas que possuem o vírus é desconhecida. No Brasil, o Ministério da Saúde estima que 80% da população adulta é portadora de algum tipo de HSV, contudo, a maioria é assintomática e sequer sabe da presença do vírus. Menos de 1% chega a manifestar sintomas da herpes genital.

Segundo o urologista Rodrigo Andrade, do Hospital Albert Sabin (HAS), de São Paulo, a herpes se transmite sempre no contato direto (pele com pele) e pode ocorrer mesmo quando não há lesões ativas, ainda que seja mais raro.

“Por essa razão, evitar relações durante surtos visíveis é uma medida importante de prevenção, mas é importante saber que há o risco da transmissão mesmo quando assintomático”, afirma ele.

Previna-se

A prevenção inclui o uso de preservativos, que reduzem, mas não eliminam, o risco de transmissão. O ideal é evitar todo tipo de contato íntimo durante os surtos.

Embora o compartilhamento de objetos pessoais não represente um risco significativo, já que o HSV não sobrevive bem fora do corpo, especialmente em momentos em que há feridas visíveis, dividir maquiagens, escovas de dentes e lâmina de barbear pode ser arriscado.

“É importante ressaltar que o vírus pode ser transmitido para o parceiro e de uma região do corpo para outra. Por exemplo, pode ocorrer a passagem do vírus do lábio para as genitálias”, alerta Andrade.

Sintomas de herpes

  • Os sintomas variam de pessoa para pessoa. Inicialmente, pode haver coceira e ardência no local onde surgirão as lesões.
  • A seguir, formam-se pequenas bolhas agrupadas na pele avermelhada e inchada. Elas são doloridas e coçam.
  • As bolhas rompem-se, liberando líquido rico em vírus e formando uma ferida. É a fase de maior perigo de transmissão da doença.
  • A ferida começa a secar formando uma crosta que dará início à cicatrização. Este processo costuma levar de cinco a 10 dias.
  • Febre, dor muscular e mal-estar geral também são comuns quando a infecção está ativa.

Impacto em outras doenças

Além do desconforto físico, a herpes pode causar impacto emocional, como vergonha e ansiedade. O estigma associado à doença torna o suporte psicológico fundamental. “Muitos pacientes se sentem envergonhados, o que afeta sua qualidade de vida”, lamenta a infectologista Dania Abdel Rahman, do HAS.

Estudos indicam que a infecção por herpes aumenta o risco de adquirir outras infecções, como a pelo HIV, dobrando ou até triplicando o risco.

Mães com herpes também têm maior risco de transmitir a doença ao bebê durante o parto, gerando a chamada herpes neonatal, que é potencialmente fatal. Gestantes com histórico da doença devem receber tratamento antiviral a partir da 36ª semana para reduzir riscos.

Herpes tem cura?

Nenhum dos vírus da herpes têm cura, mas podem ser controlados com tratamentos adequados. O uso de medicamentos antivirais reduz o risco de surtos e também evita que a doença seja transmitida para outras pessoas. Entretanto, o vírus permanece inativado no organismo e pode voltar a se manifestar em casos de queda da imunidade.

“Em pessoas com muitas recorrências, pode-se prescrever antivirais de longo prazo. Apesar de não existir cura definitiva, o manejo adequado permite controle dos sintomas e minimização da transmissão”, explica Dania.

O tratamento também inclui o alívio dos sintomas. O próprio uso dos antivirais acelera a cicatrização das lesões e diminui a frequência de recorrências das feridas. Também existem tratamentos com laser que estimulam a regeneração celular e diminuem a frequência de surtos.

Embora a herpes seja uma condição crônica, o manejo adequado permite controle eficaz dos sintomas e minimização da transmissão.

Com informações de Metrópoles.

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