Momento em que policiais do ES abriram fosso e encontraram corpo no quintal de suspeito em área rural de Aracruz Divulgação / PCES

A investigação sobre o desaparecimento, há cerca de 1 ano, de um indígena na cidade de Aracruz, no Espírito Santo, identificado como Carlos Maximiliano de Oliveira, de 56 anos, ganhou um desfecho trágico nesta segunda-feira, de acordo com a Polícia Civil. Após várias ações de buscas, e considerada até a hipótese de que o homem, que sofria de alcoolismo, tivesse morrido acidentalmente, os investigadores, com o recebimento de uma denúncia anônima, chegaram ao corpo de Oliveira e a um suspeito, amigo dele, que admitiu ter assassinado a vítima por um motivo banal: um desentendimento sobre comprar ou não mais cachaça.

O delegado André Jaretta, da Delegacia Especializada de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) de Aracruz, à frente do caso, afirma que o indígena saiu da casa dos pais no dia 1º de junho do ano passado, por volta das 20h, na Aldeia Caieiras Velha, que fica na zona rural da cidade. Depois disso, não foi mais visto. Até então, não se sabia sequer se ele estava vivo ou não.

—Os familiares aguardaram alguns dias e registraram a ocorrência de seu desaparecimento cinco dias depois. Eles informaram, à época, que ele era dependente de álcool, mas sempre voltava para casa, o que não ocorreu desta vez. A partir de então iniciamos as investigações. Durante as buscas foram usados até cães do Corpo de Bombeiros de Colatina — narra Jaretta. — Não se sabia até então se realmente ele estava morto e, em caso positivo, se essa morte seria decorrente de algum mal súbito, em virtude da ingestão constante de álcool, ou de crime. Vale salientar que a Aldeia fica situada numa extensa área rural, margeada por florestas, lagos e rios, o que dificultou a procura.

Na tarde de segunda-feira, no entanto, 1 ano após o sumiço, a equipe da DHPP recebeu informações sobre um homem de 52 anos que “poderia ter relações com o desaparecimento”. Ele foi chamado para depor e confessou o crime.

— Durante o interrogatório, ele confessou aos policiais que na noite do dia 1º de junho do ano passado, seu amigo Carlos esteve em sua casa, onde ingeriram cachaça juntos. Ele afirmou que, após terminar a bebida alcoólica, Carlos desejava ir até Coqueiral de Aracruz comprar mais, porém o autor discordou, gerando assim uma discussão — conta o delegado.

Fossa a 5 metros da casa onde suspeito vivia

 

A discussão teria evoluído para uma troca de socos. Em dado momento, o indígena, bêbado, teria cambaleado e caído numa fossa no quintal do local onde eles estavam. Foi quando o crime aconteceu.

— O autor contou que, neste momento, se apossou de uma enxada e bateu por duas vezes contra a cabeça de Carlos, fazendo-o cair de vez na fossa. Depois, cobriu a fossa com uma tampa de concreto, deixando o corpo naquele mesmo local, a cerca de 5 metros da casa dele, no quintal do imóvel.

Após o interrogatório, os policiais foram até a casa do assassino confesso e ele, então, indicou onde o corpo estava escondido, concretado no fosso. O delegado representou pela prisão temporária do homem que, com parecer favorável do Ministério Público estadual, teve a prisão decretada ainda durante a noite pelo Juízo da 2ª Vara Criminal de Aracruz, em regime de plantão judiciário. Ele já foi levado ao Centro de Detenção Provisória (CDP) de Aracruz.

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