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O procurador-geral de Honduras, Johel Zelaya, instou nesta segunda-feira (8/12) as agências de segurança nacional e a Interpol a executarem um mandado de prisão contra o ex-presidente Juan Orlando Hernández. A medida ocorre após Hernández ter recebido um controverso indulto na semana passada do presidente dos EUA, Donald Trump.

Zelaya utilizou as redes sociais para anunciar a decisão: “Informo ao povo hondurenho que instruí a Atic (Agência Técnica de Investigação Criminal) e também insto as agências de segurança do Estado e nossos aliados internacionais, como a Interpol, a executarem o mandado de prisão internacional contra o ex-presidente Juan Orlando Hernández”.

Hernández foi condenado nos Estados Unidos por ajudar a transportar toneladas de cocaína para o país. Ele passou de um suposto aliado dos EUA na guerra contra as drogas para um alvo de extradição logo após deixar o cargo em 2022, sendo detido e enviado aos EUA pela atual presidente, Xiomara Castro.

Contexto Político em Meio a Eleição Acirrada

O novo desenvolvimento no caso Hernández surge enquanto Honduras aguarda o resultado de uma eleição presidencial acirrada, com a contagem de votos sendo interrompida diversas vezes por problemas técnicos.

Antes de anunciar o indulto, Trump havia expressado apoio ao candidato presidencial Nasry “Tito” Asfura, do Partido Nacional de Honduras, mesma sigla de Hernández. Com 99% das urnas apuradas na noite desta segunda-feira, Asfura liderava por uma pequena margem sobre Salvador Nasralla. Uma vitória de Asfura poderia, potencialmente, facilitar o eventual retorno de Hernández a Honduras. Nasralla, por sua vez, fez do combate à corrupção o ponto central de sua campanha, alegando que Hernández havia roubado a eleição de 2017.

Hernández sempre negou qualquer irregularidade durante seu mandato, insistindo que era um importante aliado dos Estados Unidos na luta contra as drogas.

Indulto de Trump e Pena Cumprida

Trump anunciou sua intenção de perdoar Hernández dias antes das eleições hondurenhas, adicionando um elemento de surpresa à disputa. O ex-presidente americano afirmou que hondurenhos haviam solicitado o perdão e que, após análise, ele concluiu que Hernández havia sido tratado injustamente pelos promotores.

Juan Orlando Hernández foi libertado em 1º de dezembro, após o indulto concedido por Trump em 28 de novembro, às vésperas das eleições gerais realizadas em 30 de novembro. Ele cumpria uma pena de 45 anos de prisão em Nova York por tráfico de drogas e comércio ilegal de armas. Hernández havia sido capturado em Tegucigalpa em fevereiro de 2022, menos de três semanas após deixar a presidência, e extraditado em abril do mesmo ano.

Os crimes contra Hernández estão ligados a um caso multimilionário que também envolveu o desvio de verbas públicas para financiar a campanha política de 2013, com a participação de ex-membros do Congresso, empresários e cidadãos comuns.

Com informações de Metrópoles

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