Imagens de pacientes largados em calçadas das ruas de Louisville, no Kentucky, causaram indignação da população local e geraram uma investigação da rede televisiva Wave, afiliada da NBC. Moradores da cidade denunciaram casos aos jornalistas da emissora, que se debruçaram sobre o tema a partir de dezembro do ano passado. Pelo menos dois processos de pessoas “despejadas” na sarjeta resultaram em indenizações superiores a US$ 1 milhão, reconhecidas pela Justiça do estado americano.
Em 1º de dezembro, uma funcionário do Hospital Universitário de Louisville entrou em contato com jornalistas da Wave para contar que estava “horrorizada” com o que acabara de ver. Seguranças da unidade haviam levado uma mulher idosa para fora das dependências numa cadeira de rodas e a deixado na calçada, ainda com a roupa do hospital e chinelos, mesmo respirando com dificuldade. Fazia 0 grau naquele dia, e ela tinha apenas um cobertor sobre a cabeça. Os pertences da mulher haviam sido jogados ao lado dela, dentro de uma sacola. O vídeo do caso viralizou nas redes sociais.
🇺🇸 Nos EUA, são cada vez mais os casos de hospitais que expulsam os pacientes que não têm dinheiro para pagar as contas milionárias dos tratamentos e deixam-nos abandonados no meio da rua, como este caso no Kentucky. A maioria são idosos e sem-abrigos. pic.twitter.com/E0pnGnEdU8
A funcionária alegou que via cenas como essa com frequência, o que deu início à apuração da emissora. Em 16 de dezembro, num frio de 2 graus, a TV gravou três seguranças cercando uma mulher que estava com um andador. Eles escoltaram a paciente para fora da área de emergência do hospital. Depois do “despejo”, o repórter abordou a mulher, que era moradora de rua e tinha doenças pulmonares e diabetes.
— Eles me disseram que eu não poderia ficar lá.
— Você era paciente?
— Eu precisava ser paciente, porque estou doente.
— Então por que não te trataram?
— O médico falou comigo por um minuto. Ele disse que eu deveria ir embora.
— Por que razão?
— Ele não me deu uma justificativa.
A reportagem contou também a história de outro paciente cuja família ouviu do hospital Norton Healthcare que ele seria levado para um abrigo da cidade. Mas o abrigo disse para os parentes que não tinha vagas para recebê-lo. O homem, identificado como Matthew Hauber, foi “despejado” da unidade de saúde no dia seguinte, debaixo de chuva. “Despejaram o meu filho como lixo”, disse Linda Hauber. Ela morreu pouco depois de conceder a entrevista.
Um funcionário do hospital disse à emissora que assistiu a cenas parecidas com a de Matthew “dezenas de vezes” ao longo dos anos, muitas vezes com a mentira de que seriam levados para um abrigo.
Em nota enviada à Wave, o Norton Healthcare disse que não comentaria o caso de Matthew por respeito à privacidade do paciente. Já o University Hospital afirmou que as imagens dos três seguranças escoltando a mulher para fora da unidade não davam detalhes suficientes para apurar se a conduta dos funcionários foi correta.
“O que às vezes parte o coração de alguns funcionários são situações em que os pacientes precisam de um suporte que vai além dos cuidados médicos, em especial para aquelas que não tem um lar. Os recursos são limitados e, mesmo quando estão disponíveis, alguns indivíduos recusam ajuda”, disse o hospital, em nota.
Uma lei federal aprovada em 1986 proíbe o despejo de pacientes nas ruas dos Estados Unidos. De acordo com o texto legal, o paciente que procura socorro deve passar por um exame “apropriado”, feito por um médico ou pessoa qualificada que verifique se há uma emergência médica. Se houver, o paciente deve ser estabilizado e tratado conforme os recursos da unidade. Uma transferência pode até ser feita, mas para uma unidade com os mesmos recursos.
A emissora identificou dois casos de “despejo” de pacientes que acabaram em indenizações milionárias. Num deles, um cliente do advogado Hans Poppe ganhou uma causa de US$ 2,3 milhões porque, ao chegar no Hospital Lexington numa ambulância com uma emergência cardíaca, foi recusado e levado para outra unidade.
Em outro caso, no condado de Fayette, um paciente considerado “difícil, com histórico de visitas a emergências médicas” foi despejado numa cadeira de rodas. Horas depois, ele morreu por causa de uma úlcera não tratada. O júri culpou o hospital e estabeleceu indenização de US$ 1,45 milhão.
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