O Complexo Turístico da Ponta Negra, espaço público criado para estimular o lazer da população – rica, ou pobre, preta ou branca – a cultura e práticas esportivas, assistiu neste domingo, 24, cenas de uma “dramaturgia” horripilante e grotesca não raras vezes interpretadas pelo próprio poder público.

Tudo foi devidamente gravado em vídeo (ver abaixo), narrado e divulgado nas redes sociais.

Quem sabe, talvez, por não ter nada o que fazer de útil e para mostrar serviço para o prefeito, uma equipe do Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb) confiscou sem a menor comiseração fogareiro e todos os utensílios – queijo, espeto, etc. – adquiridos a duras penas pelo trabalhador para exercer em local público o seu sagrado direito de contabilizar alguns poucos caraminguás para o sustento da família.

Tudo foi retirado sob o apelo de todos e os gritos de uma criança que suplicava aos prantos que não levassem as ferramentas de trabalho do pai.

Nada comoveu os brutamontes do Implurb, pagos regiamente com a contribuição do pequeno trabalhador esteja ele ou não na informalidade.

O dilema dos mais necessitados parece não ter fim.

Se agem com honestidade ainda que tenham que impregnar com um pouco fumaça a atmosfera de um bairro ocupado por uma parcela da elite manauara são impedidos. Se roubam para mitigar a fome – um pão sequer (ler Os Miseráveis de Victor Hugo) – são perseguidos quando não, assassinados.

To be, or not to be, that is the question (William Shakespeare). Ser ou não ser, existir ou não existir e, em última instância, viver ou morrer.

Em nota, a Prefeitura de Manaus repudia veementemente a atitude tomada pelo fiscal do município que agiu de forma desproporcional com um vendedor ambulante no último domingo, 24, na Ponta Negra, ignorando os preceitos básicos de urbanidade, civilidade e responsabilidade social.

Ainda de acordo com a nota o Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb), informa que abrirá Procedimento Administrativo (PAD) para apurar a conduta do servidor envolvido no caso.

NOTA DE ESCLARECIMENTO

A Prefeitura de Manaus repudia veementemente a atitude tomada pelo fiscal do município que agiu de forma desproporcional com um vendedor ambulante no último domingo, 24/7, na Ponta Negra, ignorando os preceitos básicos de urbanidade, civilidade e responsabilidade social.

A Prefeitura de Manaus, por meio do Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb), informa que abrirá Procedimento Administrativo (PAD) para apurar a conduta do servidor envolvido no caso.

O Implurb ressalta que é importante respeitar as normas de uso do espaço público, que tem regras de funcionamento para melhor ordenamento e uso por todos os frequentadores.

O vendedor ambulante, em questão, já havia sido notificado três vezes por estar trabalhando de forma irregular.

É necessário frisar que todas as operações comerciais da Ponta Negra são feitas por pessoas jurídicas e associações, e as ações de controle a vendedores irregulares visam manter a ordem no espaço e a segurança, inclusive segurança alimentar para os frequentadores, uma vez que não se tem controle da origem dos produtos vendidos por vendedores informais.

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