Foto: REUTERS/Amanda Perobelli

Uma projeção do CNI (Confederação Nacional da Indústria) divulgada nesta sexta-feira (17) aponta que as importações brasileiras irão atingir um número recorde em 2025. Segundo informe trimestral da confederação, a medida pode afetar a balança comercial do país, influenciada por preços mais baixos praticados no exterior e maior demanda do Brasil por importados.

A CNI estima que o Brasil gaste US$ 287,1 bilhões em importações, um aumento de 4,8% quando comparado a 2024. A balança comercial brasileira — diferença entre o valor das exportações e o das importações de um país durante um período específico — continuaria em superávit, contudo, em US$ 60,5 bilhões, 8,2% inferior ao passado.

Em 2024, a balança comercial brasileira foi superavitária, marcando US$ 74,6 bilhões. As importações marcaram com US$ 262,5 bilhões, com destaque para os bens de capital.

O relatório também destaca que apenas até setembro deste ano as compras brasileiras de produtos do exterior já acumularam US$ 212,3 bilhões8,2% a mais do que o mesmo intervalo de tempo há um ano.

Veja os setores com maiores importações até o momento:

  • bens de capital, com alta de 26,7%
  • bens intermediários, com aumento de 9,4%
  • bens de consumo, com aumento de 4%

“Essa demonstração de força das importações marcou o ano de 2025 e não há sinais de perda de ritmo para os próximos três meses do ano“, ressalta a CNI. ” A previsão é de que o valor das importações alcance US$ 287,1 bilhões em 2025, 4,8% acima do resultado de 2024. Com isso, projeta-se uma balança comercial superavitária de US$ 60,5 bilhões, 8,2% inferior ao registrado em 2024″.

Relação entre Brasil e EUA

A projeção da CNI também engloba a tensão comercial com os Estados Unidos, que ganhou novos contornos ainda nesta semana.

“Desde julho, a nova política comercial americana tem prejudicado as exportações da indústria de transformação para os Estados Unidos. Os desempenhos positivos desse setor, da indústria extrativa e da agropecuária nos primeiros meses do ano, no entanto, serão suficientes para que as exportações brasileiras cresçam 2,3% em relação ao ano passado“, diz comunicado emitido pela instituição.

Atualmente, o parte dos produtos brasileiros exportados aos EUA sofrem com uma tarifa total de 50%, aplicada deste o início de agosto deste ano. As justificativas para a taxação do governo americano incluíam “práticas comerciais desleais”, além do processo criminal envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Na última quinta-feira (16), o ministro de Relações Exteriores do Brasil, o chanceler Mauro Vieira, se encontrou com o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio. O encontro aconteceu na Casa Branca, residência oficial da presidência dos Estados Unidos, e classificada como “produtiva” por Vieira.

Com informações de CNN Brasil.

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