Redes sociais

O balanço de mortes pelos incêndios que devastam Los Angeles, nos Estados Unidos (EUA), há cinco dias subiu de 11 para 16. O número ainda pode aumentar: equip es de resgate auxiliadas por cães farejadores inspecionam os escombros em busca de corpos ou restos humanos.

Nesse sábado (11/1), o fogo se espalhou para áreas até agora poupadas das chamas. O incêndio no bairro de luxo de Pacific Palisades migrou para o noroeste da cidade e ameaça o Vale de San Fernando, densamente povoado, e o Museu Getty. Novas ordens de evacuação foram emitidas, especialmente para o bairro de Brentwood.

Os bombeiros alertam que os ventos fortes combinados com ar e vegetação secos mantêm o Condado de Los Angeles em um nível de alerta elevado. Este é o temor da francesa Sandrine Boury-Heyler, moradora da região. “Os incêndios a leste e oeste continuam muito ativos e o verdadeiro problema é o vento, que não para. A expectativa é que a tempestade de vento só acabe no domingo à noite”, disse ela por telefone à RFI. “A sensação é que ninguém está totalmente seguro.”

Acesso à água melhorou

O problema do acesso dos bombeiros à água parece ter sido resolvido. “Isolamos alguns dos canos, então agora temos melhor acesso à água e estamos trazendo água de caminhão”, disse David Acuña, porta-voz do Calfire (Departamento de Proteção das Florestas e dos Incêndios da Califórnia), ao enviado especial da RFI a Los Angeles, Guillaume Naudin. “Agora que temos água suficiente, é só ir até as áreas que estão queimando e apagar o fogo para garantir que não haverá mais faíscas voando e espalhando o fogo”, complementou.

Os californianos foram incitados a economizar água, depois que alguns reservatórios que abastecem hidrantes foram drenados durante o combate aos incêndios. Nessa sexta-feira (10/1), o governador democrata do estado mais populoso do país, Gavin Newsom, pediu “uma revisão independente abrangente” dos serviços de água da cidade.

Nas áreas mais atingidas, a única parte que permanece de pé nas casas queimadas é a chaminé, construída com materiais sólidos e não com madeira, como as paredes. A moradora Lolita, que vivia há mais de 30 anos em Malibu, perdeu tudo. “Era em um bairro que nunca tinha pegado fogo. É a primeira vez que isso acontece assim, e não tivemos nenhum aviso”, conta. “Os bombeiros andaram pelas ruas dizendo: ‘Saiam agora’”, explica.

Esta não é a primeira vez que Lolita e seu marido são evacuados pela ameaça das chamas, mas foi a primeira que deixaram suas vidas inteiras para trás. “Normalmente, quando tínhamos tempo para sair, colocávamos tudo de importante em nossos carros, como todos os documentos. Desta vez, nada, perdemos tudo”, lamenta. “Pegamos duas malas e jogamos roupas dentro, mas não os documentos importantes.”

As autoridades de saúde também alertaram os moradores sobre os riscos à saúde representados pela fumaça tóxica dos incêndios, e pediram para que fiquem em ambientes fechados, principalmente as pessoas mais frágeis, como idosos e crianças pequenas. Com RFI.

Artigo anteriorConsulado da Venezuela em Lisboa é atacado com artefato incendiário
Próximo artigoMorre a mãe de Celso Portiolli aos 98 anos: “Todos a amavam muito”