
Indígenas do povo Munduruku, articulados pelo Movimento Ipereg Ayu, se reuniram, nesta sexta-feira (14), com ministras e com o presidente da COP30 (Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas), André Corrêa do Lago, após manifestação em frente à entrada da Blue Zone, em Belém.
Com o objetivo de cobrar uma reunião emergencial com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o grupo diz que o governo federal avança com projetos de infraestrutura que ameaçam diretamente o território indígena. Lula está em Brasília.
A mobilização classifica as ações do governo como “venda da floresta”, ao permitir a atuação de empresas nos territórios.
O movimento destaca preocupação com o Decreto nº12.600/2025, implementado em agosto deste ano, que institui empreendimentos públicos federais do setor hidroviário nos rios Madeira, entre Rondônia e Amazonas; Tocantins, entre Pará e Tocantins; e Tapajós no Pará.
“Esse decreto ameaça exterminar nosso modo de vida, porque transforma o rio em estrada de soja. Presidente Lula, o senhor precisa ouvir o nosso povo antes de decidir sobre nosso futuro”, afirma liderança do Ipereg Ayu.
Os Munduruku ainda solicitam o cancelamento do projeto ferroviário do Ferrogrão (EF-170), que visa transportar soja de Mato Grosso até o Pará e reforçam o pedido de aceleração da assinatura das portarias de demarcação de terras indígenas.
“Presidente Lula, estamos aqui na frente da COP porque queremos que o senhor nos escute. Não aceitamos ser sacrificados para o agronegócio. Revogue o Decreto 12.600. Cancele a Ferrogrão. Demarque nossas terras. Fora crédito de carbono — nossa floresta não está à venda. Quem protege o clima somos nós, e a Amazônia não pode continuar sendo destruída para enriquecer grandes empresas”, disse liderança do povo Munduruku.
Com informações de CNN Brasil.










