A Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) prendeu, na manhã desta quarta-feira (9), André Elias Almeida Soares, 39, em cumprimento a um mandado de prisão preventiva pelos crimes de racismo, por discriminação religiosa, e simulação de criança em cena de sexo explícito. A prisão foi realizada por equipes do 24º Distrito Integrado de Polícia (DIP), com o apoio do Departamento de Inteligência e Polícia Judiciária (DIPJ) e da Delegacia Fluvial (Deflu).

O caso foi apresentado em coletiva de imprensa na Delegacia Geral, no bairro Dom Pedro, zona centro-oeste da capital. Segundo o delegado-geral adjunto da PC-AM, Guilherme Torres, a prisão é resultado de um trabalho conjunto após a invasão de uma sinagoga localizada na avenida Leonardo Malcher, no Centro de Manaus, por André Elias. No local, o suspeito deixou mensagens discriminatórias com conteúdo nazista.

“Não podemos esquecer que o nazismo foi responsável pela morte de mais de 6 milhões de judeus. Vivemos em um estado pacífico e não toleraremos ataques ou qualquer tipo de discriminação religiosa ou por nacionalidade. Reafirmamos nosso apoio à comunidade judaica”, declarou Torres.

De acordo com o delegado Marcelo Martins, titular do 24º DIP, o suspeito já apresentava um histórico de comportamento violento e vinha sendo monitorado. Durante a invasão à sinagoga, ocorrida na segunda-feira (7), André tentou contato com o rabino do templo. Diante da negativa, pregou textos com símbolos nazistas e entregou documentos contendo links com vídeos de ameaças a autoridades e à comunidade judaica, além de arquivos relacionados à pedofilia.

“As investigações revelaram que ele também já havia protagonizado outros episódios, como entrar armado em uma universidade. O material apreendido indica um padrão de violência crescente e uma ameaça real à sociedade”, disse Martins.

A prisão ocorreu em um flutuante no bairro Tarumã, zona oeste da capital. No local, também foram cumpridos mandados de busca e apreensão, e recolhidos celulares, computadores e HDs, que passarão por perícia.

A Embaixada dos Estados Unidos chegou a acionar o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) devido ao potencial de periculosidade do investigado, especialmente no tocante a ameaças contra minorias religiosas.

André Elias responderá pelos crimes de racismo e simulação de criança em cena de sexo explícito. Ele passará por audiência de custódia e ficará à disposição da Justiça.

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