Fotos: Divulgação

O Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) aplicou uma multa de R$ 24,35 milhões após identificar o maior desmatamento registrado em 2025 no estado. A autuação ocorreu durante uma operação de fiscalização no município de Borba, a 151 quilômetros de Manaus, onde uma área de 2.345 hectares de floresta nativa foi suprimida ilegalmente dentro do Projeto de Assentamento Agroextrativista (PAE) Trocanã.

A ação foi realizada na sexta-feira (7) e mobilizou equipes do Ipaam com o apoio do Batalhão de Policiamento Ambiental (BPAmb) da Polícia Militar. Segundo o órgão, o desmatamento tinha características típicas de abertura de fazendas, com derrubadas, queimadas e formação de grandes áreas abertas, o que indica possível uso do terreno para criação de gado de corte. O responsável é um posseiro conhecido na região. A área degradada equivale a mais de 2 mil campos de futebol.

O local já havia sido embargado preventivamente pelo Ipaam antes mesmo da chegada dos fiscais, graças ao monitoramento por imagens de satélite feito pelo Centro de Monitoramento Ambiental e Áreas Protegidas (CMAAP). A detecção antecipada de focos de desmatamento permitiu a ação imediata e impediu a continuidade dos danos ambientais.

O diretor-presidente do Ipaam, Gustavo Picanço, afirmou que o caso reforça a política do Governo do Amazonas de tolerância zero com crimes ambientais.

“O desmatamento ilegal será tratado com o máximo rigor. Essa multa demonstra que o Estado não compactua com práticas criminosas que colocam em risco o patrimônio ambiental do Amazonas”, destacou Picanço.

Durante a operação, foram lavrados auto de infração, termo de embargo e interdição da área degradada. O gerente de Fiscalização Ambiental do Ipaam, Marcelo Barroncas, ressaltou que o resultado foi possível graças à integração entre órgãos ambientais e forças de segurança.

“Contamos com o apoio da Polícia Militar de Borba e da Casa Civil do Estado, o que garantiu a segurança da equipe e a efetividade da ação”, disse Barroncas.

De acordo com o Decreto Federal nº 6.514/2008, o infrator tem 20 dias para apresentar defesa administrativa ou efetuar o pagamento da multa. Os crimes ambientais identificados incluem destruição de vegetação nativa e dano à flora, previstos na legislação federal.

As equipes percorreram mais de 430 quilômetros por trechos fluviais e terrestres até o ponto de fiscalização, enfrentando fortes tempestades durante o deslocamento pelo rio Madeira.

O Ipaam reforça que mantém ativo o canal de denúncias ambientais pelo WhatsApp (92) 98557-9454, vinculado à Gerência de Fiscalização Ambiental (Gefa). As operações de combate ao desmatamento seguem intensificadas em todo o estado.

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