O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) continua caindo. O dado de abril, que será divulgado na quarta, fará com que o acumulado em 12 meses encoste em 4% em 12 meses. Em março havia ficado abaixo do teto da meta, em 4,65%.
Na avaliação de economistas, após subir 0,71% no mês de março, quando foi impulsionado pela gasolina, o indicador deve mostrar alta de pouco mais que 0,5% no mês passado, segundo pesquisas feitas por agências de notícias.
Para André Braz, coordenador dos índices de preços do Ibre/ FGV, esse movimento continua em maio e junho. Para ele, no mês que vem o IPCA cairá a 3,8%, chegando próximo do centro da meta do IPCA do ano, de 3,25%.
Depois disso, a inflação volta a acelerar, principalmente pelo fato de a base de comparação passar a ser a deflação do terceiro trimestre como consequência da retirada dos impostos sobre os combustíveis pelo governo Bolsonaro como parte da propaganda eleitoral.
– Depois de visitar o centro da meta, a inflação volta a subir, porque o segundo semestre do ano passado foi regido por preços baixos, inclusive com taxa negativa por causa da renúncia de impostos federais sobre a gasolina, energia e telefonia – explica Braz, que acredita que o IPCA termina 2023 em 6,2%.
Para o banco Original, o indicador mostrará um aumento de preços de 0,53% na comparação com março, principalmente por causa da moderação do efeito do aumento dos combustíveis e da energia.
– No sentido contrário vamos ter aumentos no preço de medicamentos e passagens aéreas – aponta Igor Cadilhac, economista da instituição financeira.
Em relatório, o Credit Suisse apontou que espera que o IBGE anuncie uma alta do IPCA de 0,56% em abril, e de 4,1% em 12 meses.
– A inflação mensal deve ser explicada principalmente por preços administrados [ou seja, que são definidos por contratos ou regulados pelo governo] mais altos – aponta o banco.