
O Irã considerará as “oportunidades”, bem como as ameaças contidas em uma carta do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que incentivou Teerã a alcançar um novo acordo nuclear, e responderá em breve, disse o ministro das Relações Exteriores, Abbas Araqchi, nesta quinta-feira (20).
O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, rejeitou a carta de Trump na semana passada como enganosa, dizendo que as exigências excessivas de Trump “apertariam o nó das sanções e aumentariam a pressão sobre o Irã”. Mas Araqchi disse que Teerã ainda estava avaliando a carta e ponderando sua resposta.
“A carta de Trump foi mais uma ameaça, mas ele afirma ter oportunidades. Prestamos atenção a todos os pontos contidos na carta e consideraremos tanto a ameaça quanto a oportunidade em nossa resposta”, declarou Araqchi.
“Há uma oportunidade por trás de toda ameaça”, ele acrescentou.
Na quarta-feira (19), Axios informou que a carta de Trump deu ao Irã um prazo de dois meses para chegar a um acordo nuclear ou enfrentaria sanções mais rigorosas sob a campanha renovada de “pressão máxima” do presidente dos EUA.
Araqchi disse que Teerã responderá à carta de Trump nos próximos dias por meio dos canais apropriados, rejeitando quaisquer negociações diretas enquanto Washington mantiver “pressão, ameaças e sanções”.
Em seu primeiro mandato, Trump retirou os EUA de um acordo de 2015 entre o Irã e as principais potências que impôs limites rígidos às atividades nucleares de Teerã em troca de alívio das sanções.
Depois que Trump se retirou em 2018 e impôs novamente as sanções, o Irã violou e ultrapassou esses limites no desenvolvimento de seu programa nuclear.
As potências ocidentais acusam o Irã de buscar armas nucleares ao enriquecer urânio com até 60% de pureza, acima do que, segundo elas, é justificável para um programa civil.
Teerã afirma que o desenvolvimento de seu programa nuclear é para fins pacíficos e que respeita seus compromissos com a lei internacional.
Com informações de CNN Brasil.