Na tarde deste sábado (2), Carla Lima, irmã de Clísia Lima da Silva, de 35 anos, fez uma transmissão ao vivo no Instagram, revelando detalhes chocantes sobre a morte trágica de Clísia, cujo corpo foi encontrado no Rio Jaguari, em Piracaia, São Paulo, na última quarta-feira (30). O principal suspeito do feminicídio é o marido da vítima, Edson Cardoso Fernando Sales, de 36 anos, um engenheiro mecânico, que está preso sob acusações de violência doméstica e assassinato.
Durante a live, Carla expôs a relação abusiva que Clísia mantinha com o esposo, mencionando que Edson teria, há algum tempo, começado a envenená-la com “chumbinho”, um veneno altamente tóxico.
“Por isso achavam que ela estava grávida”, relatou Carla, em lágrimas. A irmã afirmou que Clísia foi jogada da ponte com 20 metros de altura com mãos e pés amarrados. Segundo informações da polícia, ela estava inconsciente quando foi lançada, e a autópsia revelou múltiplas fraturas, traumatismo craniano e rosto desfigurado.
Carla também narrou momentos de medo que antecederam a tragédia. Clísia, que havia se mudado para a cidade de Extrema, na divisa entre Minas Gerais e São Paulo, para estar mais próxima da família de Edson, começou a sofrer agressões psicológicas e físicas, incluindo a destruição de seu celular. Em prantos, Carla lamentou que, apesar de seus alertas e apelos para que Clísia voltasse para Manaus, sua irmã agora “está vindo morta”.
Na última segunda-feira, a irmã de Edson teria relatado que Clísia estava com fortes dores abdominais, sendo alimentada no quarto. Carla acredita que, nesse momento, Edson aproveitava para colocar veneno na comida da esposa. Ela também informou que Edson utilizava o celular de Clísia para bloquear contatos e responder mensagens, inclusive bloqueando a própria filha de Clísia.
Desesperada com o desaparecimento da irmã, Carla buscou informações em sites da região e descobriu a notícia do corpo de uma mulher não identificada encontrado com sinais de amarração. A confirmação da identidade do corpo veio posteriormente, em contato com o jornalista Josemar Antunes, do Diário Manauara. “Mesmo sem querer acreditar, pela cintura da vítima notei que era a Clísia”, desabafou.
Carla relatou ainda que continuou conversando com Edson por dois dias após a descoberta do corpo, descrevendo-o como “muito tranquilo”, até mesmo enviando uma foto de si supostamente chorando. Ela acrescentou que, em público, Edson nunca agrediu fisicamente Clísia, mas impunha um intenso controle psicológico.
Vakinha e apoio para o translado do corpo
Durante a live, Carla comentou sobre a “vakinha” criada para ajudar nos custos do translado do corpo de Clísia de São Paulo para Manaus. Ela agradeceu pelo apoio recebido e pelo carinho de amigos e conhecidos de Clísia, mas informou que, após a intervenção do governador Wilson Lima, o governo do Amazonas arcará com esses custos, atendendo a um pedido da deputada estadual Alessandra Campelo. Os valores arrecadados na “vakinha” serão destinados à filha de Clísia, que faz aniversário no próximo dia 11, e para trazer os pertences da vítima que ficaram em São Paulo.
O velório de Clísia Lima está marcado para a madrugada deste domingo, na Funerária Almir Neves, em Manaus, e o sepultamento ocorrerá no município de Rio Preto da Eva.