Militares israelenses no sul da Faixa de Gaza — Foto: Reprodução/IDF

As Forças Armadas e Israel informaram, neste sábado, que militares das forças especiais prenderam cerca de cem pessoas “suspeitas de atividade terrorista” durante a invasão ao Complexo Médico Nasser, o maior hospital de Kha Younis, no sul de Gaza, que teve início na quinta-feira.

“As forças continuam a operar contra alvos terroristas na área de Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza. A formação de comando, caças Sheitat 13 e forças especiais da Divisão 98 estão operando no Hospital Nasser com base em informações que indicam atividades terroristas no hospital”, disse um comunicado das Forças Armadas no X (antigo Twitter), em hebraico. A nota acrescenta que os soldados mataram “terroristas” nas proximidades do hospital, sem indicar quantos.

Ainda na cidade de Khan Younis, as unidades militares realizaram incursões contra “numerosos alvos”, nos quais localizaram “armas, incluindo granadas, dispositivos explosivos e fuzis AK-47”, e mataram dois supostos combatentes inimigos que se aproximavam das tropas em motocicletas.

O comunicado acrescenta que outros três “terroristas” que se dirigiam para um local de lançamento de foguetes também foram mortos, e uma “célula terrorista” foi identificada. Outros supostos combatentes, entre eles dois membros do Hamas, também foram mortos no centro do enclave.

Na sexta-feira, em uma publicação em inglês no X, as Forças Armadas de Israel informaram que encontraram “medicamentos com nomes de reféns israelenses dentro do hospital ao lado de armas.” No mesmo texto, os militares afirmaram que “foi recebido um relatório sobre falha nos sistemas elétricos do hospital” e que eles teriam “trabalhado para consertar o gerador e trouxeram um alternativo”.

Segundo o jornal Times of Israel, as forças do país negaram que tivessem os geradores do hospital como alvo, após o Hamas ter alegado a morte de pacientes pela falta de oxigênio, supostamente causada pela queda de energia.

O Ministério da Saúde de Gaza, que é controlada pelo Hamas desde 2007, informou também na sexta que o Exército israelense estava impedindo que um comboio com a ajuda da Organização Mundial da Saúde (OMS) chegasse ao hospital Nasser.

O maior hospital de Khan Younis foi invadido na quinta-feira, após um “cerco militar rigoroso” de 25 dias, segundo a agência de notícias palestina Wafa. O porta-voz das Forças Armadas de Israel, Daniel Hagari, disse ter “informações confiáveis” de que o Hamas havia mantido reféns na unidade, e que os corpos poderiam estar no local. Mais de 20 pessoas foram presas na ação, segundo as Forças Armadas.

O porta-voz do Ministério da Saúde do enclave palestino, Ashraf al-Qudra, declarou que “a ocupação israelense” invadiu o hospital e o transformou num “quartel militar”, e que “muitas” pessoas ficaram feridas na ofensiva. Um paciente do departamento ortopédico morreu no ataque. Os hospitais têm sido um alvo para o Exército israelense, que afirma que o Hamas os utiliza para operações militares, o que o grupo palestino nega.

Negociações ‘pouco promissoras’

Em meio ao avanço dos ataques israelenses pelo sul de Gaza, o primeiro-ministro do Catar afirmou que as conversações entre Israel e o Hamas para chegar a um acordo de cessar-fogo no conflito foram “pouco promissoras” nos últimos dias. Doha é um dos principais mediadores na guerra e teria tido papel fundamental na mediação do primeiro cessar-fogo, em novembro.

— Acredito que podemos ver um acordo acontecendo muito em breve. No entanto, o padrão dos últimos dias não é realmente muito promissor — disse Mohammed bin Abdulrahman Al-Thani, durante a Conferência de Segurança de Munique, em Berlim. — Sempre permaneceremos otimistas, sempre continuaremos pressionando.

A nova proposta — discutida pela primeira vez em Paris entre autoridades israelenses, cataris, egípcias e americanas — foi organizado em etapas e originalmente suspenderia os combates por três meses, permitindo a troca de reféns e prisioneiros palestinos, bem como a entrada de ajuda humanitária em Gaza.

Os mediadores pareciam satisfeitos e confiantes assim que a proposta foi entregue ao Hamas, que a princípio teria respondido de maneira “positiva”. Contudo, ao ser encaminhada de volta para as autoridades israelenses a resposta foi interpretada ao contrário, já que as exigências do grupo foram consideradas inaceitáveis pelo país. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, descreveu a contraproposta como “delirante”.

Com informações de O GLOBO

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