O ministro da Defesa de Israel ordenou ao Exército nesta quinta-feira, 6, que prepare um plano para permitir a “saída voluntária” de moradores de Gaza em reação à promessa de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, de assumir o controle da região.
“Os residentes de Gaza devem ter a liberdade de sair e emigrar, como é a norma em todo o mundo“, disse Israel Katz em publicação no X (antigo Twitter). Segundo o ministro, o plano de saída inclui passagens terrestres e arranjos para viagens aéreas e marítimas.
Basem Naim, representante do grupo radical islâmico Hamas, acusou Katz de tentar encobrir “um Estado que não conseguiu atingir nenhum de seus objetivos na guerra contra Gaza” e disse que os palestinos são muito apegados à sua terra para deixá-la.
O deslocamento forçado ou coagido de uma população sob ocupação militar é um crime de guerra, proibido pelas Convenções de Genebra de 1949.
Os ataques israelenses que mataram dezenas de milhares de pessoas nos últimos 16 meses forçaram os palestinos a se deslocarem repetidamente dentro de Gaza, em busca de segurança. Muitos, no entanto, se comprometem a não deixar a região.
Katz disse que os países que se opuseram às operações militares israelenses deveriam acolher os palestinos: “Espanha, Irlanda, Noruega e outros, que levantaram acusações e falsas alegações contra Israel por causa de suas ações em Gaza, são legalmente obrigados a permitir residentes de Gaza entrem em seus territórios”.
Essas falas atraíram críticas rápidas do ministro das Relações Exteriores da Espanha, José Manuel Albares. “A terra dos habitantes de Gaza é Gaza, e Gaza deve fazer parte do futuro Estado palestino”, disse a uma rádio espanhola.
Katz acusou o Hamas de manter os palestinos como reféns em Gaza, impedindo sua saída e extorquindo dinheiro deles por meio do sistema de ajuda humanitária, mas não detalhou as razões da afirmação.
Com informações de ISTOÉ