Ovos de Páscoa em prateleira de supermercado de São Paulo. (Crédito: Darlan Alvarenga/IstoÉ)

Com o fim do Carnaval, os principais varejistas do país começam a se vestir de “Páscoa” e a montar as tradicionais parreiras de ovos de chocolate. A má notícia é que com a disparada no último ano nos preços do cacau, os preços do chocolate tendem a chegar “mais salgados” esse ano.

De acordo com a prévia de fevereiro do Índice de Preços para o Consumidor Amplo (IPCA) do IBGE, que mede a inflação oficial do país, o item “chocolate em barra e bombom” acumula alta de 15,62% nos últimos 12 meses.  A alta é explicada principalmente pelo salto de 189% nos preços do cacau em 2024, gerada pela quebra de safra na Costa do Marfim e em Gana, dois dos principais produtores da amêndoa. 

Nas varejistas, opções de ovos acima de 200 gramas das grandes marcas já são encontradas por preços a partir de R$ 50. Ainda não há pesquisa sobre a inflação do ovo de Páscoa em 2025, mas os fabricantes informam terem trabalhado para amenizar os impactos do aumento dos custos da matéria-prima do chocolate.

Jaime Recena, presidente executivo da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab), afirma que as indústrias do setor estão investindo em alternativas para diminuir a presença de cacau em seus produtos e que, por isso, não é possível prever se esse aumento vai chegar no consumidor final. 

“O setor está sempre atento às tendências de mercado e buscando inovações, como a utilização de outros ingredientes nas receitas de chocolate, como biscoito, coco, açaí, amendoim e castanhas. Cada empresa está buscando a sua melhor estratégia comercial para que esse impacto seja o mínimo possível sentido junto ao consumidor final”, explicou.

Indústria prevê crescimento de dois dígitos na produção

Apesar da inflação do chocolate, otimismo é a palavra para o setor de chocolates para a Páscoa de 2025. Depois de produzir mais de 58 milhões de ovos em 2024, um crescimento de 17% em relação a 2023, a expectativa é de um crescimento semelhante em 2025.

Jaime acredita que isso vai acontecer por conta do aumento do portfólio de produtos para a data. “O consumidor tem à disposição desde produtos com valor de venda mais baixo até produtos mais ‘premium’, garantindo que ninguém fique sem chocolate”, afirma.

Somente em 2024, 115 novos produtos foram lançados pelas principais indústrias do chocolate no país e a expectativa deste ano é ainda maior. 

O setor em números

– Em 2024, foram produzidos 58 milhões de ovos de Páscoa, 17% a mais que em 2023;

– Em média, são criadas cerca de 8 mil vagas temporárias para atender à demanda sazonal da Páscoa. Desses empregos, aproximadamente 20% se tornam fixos, com carteira assinada;

– O dinamismo do setor de chocolates no Brasil vem aumentando, e já conta com 611 produtos no seu portfólio disponíveis no mercado. Somente no último ano, 115 novos itens foram lançados, atendendo a diferentes perfis de consumidores; 

– Em 2024, a produção nacional atingiu 805 mil toneladas de chocolate e 210 mil toneladas de cacau, destacando o Brasil como um dos principais produtores mundiais. 

– O brasileiro consome, em média, 3,9 kg de chocolate por ano, o que representa cerca da metade do consumo médio europeu. O número ainda é inferior ao de países tradicionalmente consumidores, como Suíça e Alemanha, mas o setor vê um grande potencial de crescimento.

Com informações de IstoÉ

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