A juíza Jaiza Fraxe não precisou de holofotes para apresentar à sociedade a sua decisão que, além de prender a ex-primeira-dama do Amazonas, Edline Gomes de Oliveira, devolveu o presídio o ex-governador José Melo.
Jaiza, sequer, convocou a imprensa para dizer que José Melo e Edilene lideraram o “rombo” de R$ 120 milhões da saúde do estado para embelezar a mansão do festivo casal. E nem precisou alardar para os quatro ventos que Mouhamad Moustafa era “marionete de luxo” do ex-governador e de sua mulher.
A juíza Jaiza Fraxe brilha naturalmente, sem fazer barulho, exibicionismo e ostentação para dizer que muitas diligências ainda necessitam ser realizadas e que José Melo escolheu Mouhamad Moustafá para concretizar o seu intento criminoso a partir da constatação de que o médico é dotado de personalidade descaradamente desviada dos padrões normais de conduta compatível com a lei e a Constituição.
Fica claro, portanto, que Mouhamed Moustafa não é o único dotado de personalidade descaradamente desviada dos padrões normais para “satisfazer a sua própria ganância e cobiça, bem como a do casal Melo, ora verbalizando delírios diários de perseguição e luxúria”.
Em suas observações, a magistrada dispensa as divagações e expressões desnecessárias e, com a serenidade do juiz isento e imparcial, sustenta que no decorrer do processo Edilene e seu bem amado terão muito a explicar, à exemplo de uma tal planilha que faz referência às empresas de Mouhamed Moustafa.
Tal planilha, intitulada “Grupo Salvare”, com diversos detalhes de contrato, valores pagos pelo poder público por cada serviço, foi encontrada na empresa OPTE Consultoria Econômica LTDA., de propriedade de Edilene Gomes.
“A planilha demonstra claramente o conhecimento e relações entre os investigados e Mouhamad Moustafá – relações estas que serão melhor esclarecidas com o desdobramento das investigações”, destaca.
Acrescente-se a isso, interferência indevida dos investigados nas investigações, intimidação de testemunhas, ocultação de bens e na continuidade prática do crime permanente e na lavagem de dinheiro.
Resumindo: o “after day” pode ser muito mais devastador do que a bombástica de Zé Melo e Edilene, que logo serão chamados para amistosa conversinha sobre o arrombamento de boxes destinados a guardar volumes por parte de Edilene logo após a busca e apreensão.







