Foto: PATRICIA DE MELO MOREIRA / AFP

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, revelou que a primeira-dama, Janja Lula da Silva, foi convidada para uma reunião em Lisboa com mulheres que representam movimentos de imigrantes brasileiros em Portugal.

Há um encontro marcado para a manhã de segunda-feira na Casa do Brasil em Lisboa, mais antiga associação de assistência aos imigrantes. No mesmo horário, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva estará em agenda oficial no Porto para a qual não está prevista a ida de Janja.

– A Janja deve participar da reunião, ainda estamos confirmando. E também chamaremos as ministras Nísia Trindade (Saúde), Margareth Menezes (Cultura) e Luciana Santos (Ciência e Tecnologia) para compor. Será um encontro para ouvir as mulheres brasileiras que moram aqui, saber que dificuldades enfrentam – disse.

As mulheres brasileiras que vivem em Portugal reclamam de discriminação de maneira geral e especificamente no Serviço Nacional de Saúde (SNS). Elas têm se mobilizado e feito denúncias sobre casos de xenofobia e problemas durante a gestação.

Apesar de o país ter um Plano Nacional de Combate ao Racismo, na prática a realidade é outra. O tema foi debatido entre Franco e a ministra dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, para quem a ministra fez propostas tendo em vista as demandas dos brasileiros em uma reunião que serviu para “falar de tudo que (as brasileiras) têm passado, principalmente as mulheres negras, que nos procuraram”.

– A gente falou muito. O plano nacional foi o que mediou, foi o maior tópico, e a situação dos imigrantes e o combate ao racismo e xenofobia e ela estava muito atenta. O mais interessante da conversa era ter uma pessoa de outro país reconhecendo. No início, ela fez uma brincadeira com o Sílvio sobre o racismo estrutural e a gente começou a desconstruir ali. Primeiro, perpassa o governo a figura da Janja nesse combate à violência contra a mulher. Ter trazido não só ela, mas as outras ministras para esse ponto foi primordial – disse a ministra, completando:

– Eu entendo a posição dela (Ana Catarina Mendes) de dizer que não é bem assim, a gente tá fazendo, mas, na prática, foi importante este empurrão para dizer que estamos aqui para construir juntos, mesmo quando as pessoas não têm letramento racial tão afinado, é importante ter carinho e cuidado para construir. A gente precisa trabalhar, concretizar. Este aceno dela, que vamos assinar, vamos trabalhar juntas, é importante. Tinha que começar de algum lugar, mesmo sabendo que o plano não funciona, este aceno valeu a nossa vinda.

A ministra revelou que haverá um acordo entre universidades para reproduzir no Brasil o Observatório do Racismo e Xenofobia, que em Portugal é coordenado por Teresa Pizarro Beleza. Ela, que não é negra, defende que existe racismo estrutural em Portugal.

– A luta é coletiva, precisamos que abracem – disse Franco.

Com informações de: O Globo

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