A alta renda per capita do município de Japurá, em grande parte proveniente do garimpo ilegal, não se traduz em melhorias ambientais e sociais significativas, de acordo com uma análise crítica. Problemas como a ausência de gestão dos resíduos resultaram no surgimento de um lixão a céu aberto, enquanto questões sociais como a violência, a exploração do trabalhador e um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) baixo (0,522) persistem, em contraste com outros municípios da região.

Um analista ambiental destacou que, apesar da alta produção de resíduos orgânicos nos municípios menores, isso poderia ser convertido em benefício para a agricultura familiar por meio da compostagem. Esta prática não só contribuiria para a redução do lixo, mas também poderia melhorar a qualidade da alimentação escolar, beneficiando as crianças nas escolas locais.

O problema do lixão em Japurá é descrito como “espraiado”, espalhado por várias pequenas áreas, e a presença predominante de sacolas plásticas é um problema comum em muitos municípios do Amazonas.

O analista ambiental Joel Araújo, atualmente responsável pela Superintendência do IBAMA-AM, ressaltou que a gestão adequada dos resíduos sólidos não deveria ser um desafio, citando a existência de soluções documentadas na literatura e exemplos de sucesso em todo o mundo, como a Gestão Integrada prevista na Política Nacional de Resíduos Sólidos do Brasil.

A questão dos lixões tem sido objeto de denúncias há mais de um mês, com situações semelhantes reportadas em outros municípios do Amazonas, como Parintins e Tefé. Esta problemática ressalta a urgência de ações efetivas para enfrentar os desafios ambientais e sociais decorrentes do garimpo ilegal e da gestão inadequada dos resíduos sólidos.

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