Em matéria publicada neste sábado (23) no jornal britânico The Telegraph afirma que a desportista Emma Tamsin Kelty, de 43 anos, vítima de latrocínio (assalto seguido de morte) não aceitou a oferta de passagem segura através das perigosas águas do rio Solimões infestadas de “piratas” e traficantes. Ribeirinhos teriam oferecido carona de barco até Coari. Mas Emma disse que não poderia perder tempo em sua missão de navegar no rio Solimões.

De acordo com a reportagem, antes de sua morte, Emma parou na comunidade de São João de Catua no rio Solimões antes de embarcar no temido trecho do rio.

Na comunidade uma moradora identificada como Miliane Vicente disse que todos avisaram dos perigos. “Nós a vimos passando e a chamamos para a comunidade. Eu disse que era muito perigoso, que estava cheio de tráfico de drogas e terroristas”, disse.

De acordo com relatos da moradora ao jornal britânica, Emma foi levada até a sua casa (Miliane) onde tomou água e mostrou fotos de suas aventuras. “Eu disse a ela que fosse conosco no nosso barco para Coari para que ela não estivesse em perigo”, acrescentou a moradora, afirmando que lembra das últimas palavras de Emma Kelty.

“Não posso ficar, mais tempo eu fico aqui mais tempo estou perdendo. Para que eu tenha sucesso, eu tenho que fazer essa rota. Seus corações são muito gentis”, relatou a moradora.

Bandidos acionaram o SOS

Em entrevista ao jornal britânico na última quarta-feira (20), o delegado de Coari, José Afonso Barradas Junior disse que o “SOS” do alerta de emergência não foi disparado por Emma Kelty, mas sim por um dos assassinos quando estava tentando descobrir como usar o dispositivo que roubaram, uma hora e meia depois da morte dela.

O sinal do alerta de emergência que identificava a localização exata de Emma Kelty e desencadeou uma operação de busca pela Marinha do Brasil.

Acusados em Manaus

Jardel Pinheiro Gomes, 19, o “Kael”; Erinei Ferreira da Silva, 28, conhecido como “Alfinete”, e Arthur Gomes da Silva, 19, o “Bera”, acusados de participarem do latrocínio (assalto seguido de morte) que teve como vítima a britânica Emma Tamsin Kelty, de 43 anos, desembarcaram em Manaus, na tarde da última quinta-feira no Aeroclube.

 

Evanilson Gomes da Costa, chamado de “Baia”, também envolvido no latrocínio da britânica, foi vítima de homicídio ocorrido na madrugada de ontem (20), em Coari, município distante 363 quilômetros em linha reta da capital.

Nas investigações do crime de repercussão internacional, os policiais já recuperaram um celular, a câmera modelo GoPro e um chip eletrônico que foram roubados da vítima.

A canoa utilizada pelos infratores, o caiaque utilizado pela britânica, e os pertences dela recuperados, chegaram na manhã desta quinta-feira, em Manaus, para serem periciados, com a finalidade de encontrar material biológico da vítima.

Artigo anteriorAntônio Andrade tenta anular eleição do Garantido na Justiça, mas não tem êxito
Próximo artigoSem funcionar há três anos, posto de saúde é reativado e volta a atender comunidades rurais em Presidente Figueiredo