
José Antonio Kast, candidato ultraconservador, foi eleito presidente do Chile neste domingo (14/12), conquistando 58,2% dos votos no segundo turno, de acordo com dados divulgados pelo Serviço Eleitoral (Servel). Em seu primeiro discurso após a vitória, Kast agradeceu aos eleitores e à família, destacou a enorme responsabilidade do cargo e prometeu restaurar a lei e a ordem no país.
“É um dia incrível”, afirmou Kast, pedindo o apoio contínuo da população ao longo de seu mandato. Ele enfatizou que o “amplo mandato” recebido representa uma grande responsabilidade e pediu “sabedoria e temperança” a Deus para estar à altura das expectativas. Associando sua vitória à pauta da segurança pública, Kast declarou que “a esperança de viver sem medo venceu”, referindo-se à alta criminalidade no Chile. Além disso, prometeu mudanças na condução do Estado, afirmando: “Vamos restaurar o Estado de Direito, vamos restaurar o respeito pela lei, em todas as regiões, sem privilégios”.
Reações e Transição de Poder
A candidata de esquerda, Jeannette Jara, reconheceu prontamente a derrota e parabenizou o adversário. “A democracia falou forte e claro. Acabo de falar com o presidente eleito José Antonio Kast para desejar-lhe êxito pelo bem do Chile”, publicou Jara no X (antigo Twitter). A vitória de Kast mantém o padrão de alternância entre direita e esquerda no comando do Chile, uma característica da política chilena desde 2010.
O atual presidente, Gabriel Boric, telefonou para Kast para cumprimentá-lo, em uma conversa que foi transmitida ao vivo pela mídia chilena. Boric expressou seu orgulho pela democracia do país e afirmou: “Ofereço meus parabéns, pois o senhor conquistou uma vitória clara. Estou muito orgulhoso da democracia, independentemente de quem comemore ou quem se entristeça com o resultado de hoje. O Chile está, de certa forma, se consolidando de uma maneira que nos enche de orgulho”.
Boric informou que receberá seu sucessor nesta segunda-feira (15/12), por volta das 11h (horário local), no Palácio Presidencial, para dar início ao processo de transição de poder, que no Chile costuma ser longo e seguir regras tradicionais. O atual presidente garantiu total apoio a Kast, afirmando que “ele terá todas as facilidades, tudo o que precisar”.
Em uma declaração posterior no Palácio de La Moneda, Boric mencionou que a conversa reservada com Kast seria importante, pois o presidente eleito “vai, em algum momento, entender a solidão do poder e onde decisões muito difíceis precisam ser tomadas”. Ele concluiu que seria importante, para o bem da nação, “compartilhar com ele algumas das lições que aprendemos aqui”.
Com informações de Metrópoles










