São Paulo — Um ajudante de cozinha de 18 anos foi baleado e morto durante um roubo no Jardim Ângela, na zona sul de São Paulo, na noite de segunda-feira (16/12). O jovem voltava do trabalho quando foi abordado pelo ladrão, que estava de moto, e exigiu o celular e o tênis da vítima.
O primo da vítima, Shimu, explicou ao Metrópoles que quando o assaltante se inclinou para pegar o segundo pé de tênis do rapaz, a moto caiu em cima dos dois e que quando Levi foi tentar tirar o motoqueiro de cima de si, o suspeito pensou que ele ia reagir, efetuando dois disparos. Segundo o primo, um dos tiros pegou de raspão e o outro pegou na cabeça.
Uma vizinha de Levi, Maria Eduarda, relatou que “segundo o boletim de ocorrência, ele teria entrado em luta corporal com o bandido”, mas ela não acredita nisso. Para ela, ele só tinha se abaixado para tirar o tênis, fazendo o suspeito acreditar que o jovem estava reagindo e efetuar os disparos.
Levi Maurício foi levado ao Hospital de M’Boi Mirim, onde permaneceu internado. Na quarta-feira (18/12), foi confirmada a morte encefálica. Nessa sexta-feira (20/12), amigos e familiares se despediram dele no Cemitério São Luiz, no Jardim Casablanca. Em posts nas redes sociais, parentes lamentaram a perda do jovem.
A vítima havia acabado de começar no novo emprego. Maria Eduarda explicou para a reportagem que ele evitava descer no ponto de ônibus mais próximo à casa dele porque outro jovem havia morrido lá há cerca de 2 anos. “Na segunda-feira, ele fez o mesmo caminho, só que, na hora em que ele ia subir o escadão [para chegar em sua rua], um cara em uma moto, que se passava por entregador, anunciou o assalto”, contou.
Levi completaria 19 anos neste domingo (22/12). “Era um menino incrível, tinha a vida pela frente, era inteligente, esforçado, trabalhador, um menino de família, rodeado de amigos”, declarou a vizinha.
Maria Eduarda disse que o policiamento da região não foi intensificado, mesmo com os casos frequentes de assaltos. “Não temos mais paz, saímos sem ter a certeza de que vamos voltar para casa. Até quando uma vida vai ser perdida por conta de um celular? Hoje a gente sofre por saber que nunca mais vamos ver ele por causa da falta de segurança na região”, lamentou. “A impressão que da é que nosso bairro está abandonado.”
A Secretaria da Segurança Pública informou que o caso foi registrado como latrocínio. A Polícia Civil está analisando imagens e realizando diligências para identificar o suspeito. O inquérito policial foi instaurado pelo 47º Distrito Policial (Capão Redondo). Com informações de Metrópoles.