A Justiça de São Paulo decretou sigilo judicial no processo em que Suzane von Richthofen, condenada inicialmente a uma pena de 39 anos, pede mudança para o regime aberto. Suzane, responsável pela morte dos pais em 2002, declarou à Justiça que pretende residir num sítio na cidade de Angatuba, localizada a cerca 200 km de São Paulo, com Rogério Olberg, seu companheiro, com quem mantém uma relação de união estável desde março de 2017.

Presa em novembro de 2002, Suzane está desde 2015 no regime semi-aberto, no qual a execução da pena é realizada em colônias agrícolas, industriais ou em estabelecimentos similares. O condenado tem direito de trabalhar e frequentar cursos profissionalizantes, de 2º grau ou superior durante o dia, regressando à noite para sua unidade.

Suzane está na Penitenciária Feminina Santa Maria Eufrasia Pelletierde, em Tremembé, desde em 02 de fevereiro de 2017. O regime semi-aberto dá direito também às saídas temporárias em determinadas datas. Suzane já usufruiu 19 vezes do benefício.

No regime aberto, de semiliberdade, a execução da pena ocorre em casas de albergado, que é um presídio de segurança mínima. O condenado, que precisa obrigatoriamente trabalhar, fica no local apenas durante à noite e nos finais de semana.

Quando não há vaga nas casas de albergado, que são poucas no país, o preso pode ficar em prisão domiciliar. Por conta dessa situação, Suzane pediu para morar no sítio.

O sigilo judicial foi decretado a pedido das advogadas de Suzane, Adriana Nunes Martorelli e Jaqueline Beatriz F. Domingues, que argumentaram que “Suzane é vulnerável ao assédio da mídia”.

Segundo elas, com base em dados de seu processo, “pessoas produzem livros, filmes e matérias jornalísticas visando obtenção de toda sorte de vantagens em torno de Suzane”.

No final do ano passado, o ministro Alexandre de Mores (STF) derrubou liminar da Justiça paulista que impedia a publicação, divulgação e comercialização da biografia de Suzane, feita pelo jornalista Ulisses Campbell. Moraes classificou como censura a decisão que impedia a publicação do livro.

Suzane é a responsável por um dos crimes mais chocantes da história do país. Em 2002, aos 18 anos, a então estudante de direito da PUC-SP abriu porta da casa da família no Brooklin, em São Paulo, para que o então namorado e o irmão dele assassinassem a pauladas os seus pais, Manfred e Marísia von Richthofen.

Chamado a opinar sobre o pedido de regime aberto, o promotor Paulo José de Palma entende que Suzane não merece a progressão da pena. Segundo o promotor, ela não conseguiu comprovar reunir condições para usufruir do regime mais brando. Ele disse temer que Suzane possa colocar “a coletividade em risco”. As informações são de Folha de S. Paulo.

Artigo anteriorCármen Lúcia rejeita habeas corpus pedido por Sara Winter
Próximo artigoNa madrugada, câmera registra momento de acidente de trânsito em Parintins – Assista