Menos de um mês após assumir o comando da 65ª Delegacia Interativa de Polícia (DIP) de Carauari, o delegado Régis Celeghini se viu no centro de uma polêmica após receber voz de prisão após denunciar o juiz da comarca local, Jânio Tutomo Takeda, por crimes de corrupção. O episódio ocorreu nesta quarta-feira (7), durante uma inspeção na unidade policial filmada pelo próprio delegado.

A situação se desenrolou quando uma equipe do poder judiciário visitou a delegacia para verificar as condições das celas e dos detidos. O juiz Jânio Takeda coordenava a ação quando foi abordado por Régis Celeghini, que informou ter feito uma denúncia no Ministério Público do Amazonas (MPAM) contra ele.

No vídeo gravado pelo delegado, Celeghini chama o juiz de “um dos maiores elementos de corrupção da cidade”, o que levou Takeda a determinar a prisão do delegado. A denúncia protocolada no MPAM se baseia em irregularidades encontradas por Celeghini na delegacia, incluindo o uso de celular por um preso condenado, que supostamente mantinha contato direto com o juiz Takeda.

Segundo o delegado, o preso utilizava livremente um celular na cela e confessou em depoimento ter regalias concedidas pelo magistrado. Celeghini acusa Takeda de crimes como corrupção passiva, facilitação de entrada de telefone em estabelecimento prisional, favorecimento pessoal, facilitação de fuga de preso e improbidade administrativa.

A Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) e a Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM) foram questionadas sobre o caso, mas até o momento não forneceram retorno. No entanto, a SSP-AM anunciou o envio de uma equipe da Corregedoria-Geral do Sistema de Segurança para investigar os fatos.

O Ministério Público foi informado dos acontecimentos e encaminhará o caso à Procuradoria Geral de Justiça, uma vez que o juiz possui prerrogativas de foro. O Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) também está investigando o caso, com o desembargador Jomar Fernandes determinando a instauração de um Procedimento Administrativo sob sigilo.

Apesar da determinação de prisão, o delegado Celeghini não foi detido e deverá retornar para Manaus.

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