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O julgamento do assassinato da cantora gospel Sara Freitas, morta em outubro de 2023 em Dias D’Ávila (BA), foi adiado após os advogados dos três réus abandonarem a sessão, na última terça-feira (25). A Justiça da Bahia informou à CNN Brasil, nesta quinta-feira (27), que considera o ato ilegal e que remarcou a audiência para 24 de fevereiro de 2026, no mesmo fórum originalmente designado. Entre os acusados estão o viúvo da vítima, Ederlan Santos Mariano, apontado como mentor do crime, e outros dois homens, que respondem por feminicídio qualificado, ocultação de cadáver e associação criminosa.

crime foi registrado em 24 de outubro de 2023, quando Sara Freitas foi atraída para um falso evento religioso e assassinada com 22 golpes de faca. O corpo da cantora foi posteriormente ocultado e queimado. Segundo o MPBA (Ministério Público da Bahia), os acusados agiram de forma organizada, com divisão de tarefas, motivados por promessa de recompensa financeira e interesses ligados à carreira artística de um dos envolvidos.

A sessão de júri ocorreria durante a terceira semana do mutirão do Júri na Bahia, que contabilizou mais de 300 sessões plenárias em novembro. No entanto, a audiência foi suspensa após os advogados de Ederlan Mariano, Weslen Pablo Correia de Jesus e Victor Gabriel Oliveira Neves deixarem o plenário, alegando falta de estrutura e condições de segurança para a realização do julgamento.

Em nota, o TJBA (Tribunal de Justiça da Bahia) classificou o abandono da sessão como ilegal, informando que o fórum contava com policiais militares e assentos suficientes para advogados e promotores. O tribunal determinou que a conduta dos defensores seja analisada pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e ressaltou que a nova sessão do júri está agendada para 24 de fevereiro de 2026.

Em vídeo publicado nas redes sociais, o advogado Otto Vinicius Oliveira Lopes, que representa Ederlan Mariano, afirmou que a decisão de abandonar a audiência foi tomada após constatarem que o fórum não oferecia condições mínimas de trabalho, isolamento e segurança para os participantes, inclusive jurados e promotores, o que, segundo ele, poderia comprometer a imparcialidade do julgamento.

“Naquele ambiente não tinha isolamento, não tinha segurança necessária, sequer gradil, separando a população do acesso, ou espaço marcado para o júri. Não tinha condições mínimas de trabalho. E aí a população começa a declarar xingamentos, ameaças contra os réus”, afirmou Otto Vinicius Oliveira Lopes.

“No local, havia policiais militares em número suficiente, cerca de 17, além de cinco viaturas. É importante registrar que momento algum houve decisão do juízo no sentido de que a sessão plenária do júri seria realizada na câmara municipal de Dias D’Ávila. A condução do processo seguiu rigorosamente os princípios do devido processo legal, da ampla defesa e do contraditório, assegurando a todos os envolvidos o pleno exercício de seus direitos, inclusive quanto à manifestação sobre eventuais inconformismos por meio das ferramentas jurídicas adequadas”, esclareceu o TJ.

Além de Ederlan Mariano, respondem pelos crimes Weslen Pablo e Victor Gabriel. Um quarto acusado, Gideão Duarte de Lima, já foi condenado a 20 anos de prisão por homicídio qualificado, ocultação de cadáver e associação criminosa, por ter atraído a cantora até o local do assassinato.

Com informações de CNN Brasil.

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