O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) condenou na quinta-feira (3/10) o ator Luís Miranda a indenizar o humorista Marcius Melhem em R$ 35 mil por danos morais. No ano passado, em entrevista à coluna, Miranda disse ter presenciado episódios de assédio sexual de Melhem contra a humorista Dani Calabresa. Melhem é réu na Justiça fluminense por assédio sexual e foi denunciado à Justiça paulista por perseguição psicológica e violência psicológica.

Segundo o juiz Guilherme Pedrosa Lopes, Miranda tentou apenas ofender Melhem e “excedeu o direito de liberdade de expressão inerente a qualquer indivíduo”. O magistrado ressaltou que Miranda classificou Melhem de “covarde”, “machista”, “homem putanheiro” e “taradão”.

“Miranda faz o uso de adjetivos com valor pejorativo, com destaque a fatos ofensivos relacionados a conduta típica penal de assédio e que, no contexto em que estão inseridos, revelam somente a intenção de ofender o autor, como pessoa e como profissional”, escreveu o juiz do TJRJ, ordenando que Melhem pague uma indenização de R$ 35 mil a Marcius Melhem.

Em março de 2023, a coluna publicou uma entrevista exclusiva com algumas das mulheres que acusam Marcius Melhem de assédio sexual e moral. Um grupo de 11 pessoas que integraram ou integram a área de humor da TV Globo, contou, pela primeira vez, as experiências que viveram ao lado do ator. Depois, o diretor do “Zorra” Maurício Farias apontou supostas mentiras de Marcius Melhem, e o ator Luís Miranda confirmou o assédio de Melhem à colega Dani Calabresa. Também entrevistado na ocasião, Melhem negou ter cometido o crime e afirmou ser alvo de atos de vingança.

Quando processou Miranda por danos morais, também no ano passado, Melhem havia pedido uma indenização de R$ 50 mil. Para Melhem, a narrativa de Luís Miranda foi “frágil, inverossímil, falsa e contraditória)” e tentou “causar confusão, tumulto e engajamento naopinião pública, tudo a fim de enlamear a honra do autor”.

Miranda, por outro lado, disse à Justiça que o pedido de Melhem era uma “tentativa de mordaça e intimidação, mais um exemplo concreto do modus operandi adotado por Melhem contra algumas pessoas, escolhidas ‘a dedo’ para lançar sua perseguição, repressão e terror psicológico”. O ator ainda citou que no “pleno exercício de seus direitos constitucionais de cidadão ao decidir falar sobre o que viveu, relatar a verdade do que presenciou, comunicando sua visão dos fatos”.

Em fevereiro deste ano, o Ministério Público de São Paulo denunciou Melhem e o jornalista Ricardo Feltrin pelo crime de perseguição psicológica e violência psicológica contra as mulheres que acusam Melhem de assédio sexual e moral. Melhem é réu na Justiça Fluminense por assédio sexual contra três de suas denunciantes. Com informações de Metrópoles.

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