Dias antes de morrer, Gritzbach havia feito delações premiadas ao Ministério Público de São Paulo (MPSP) e à Corregedoria da Polícia Civil, nas quais denunciou a relação de agentes públicos com o Primeiro Comando da Capital (PCC), além de apontar criminosos envolvidos com a lavagem de dinheiro da maior facção criminosa do país.
A execução do delator é investigada pelo Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), que pediu a renovação das prisões de ambos os policiais militares. O pedido foi acatado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) na sexta-feira (14/2) e cumprido no fim de semana. A tendência é a de que a Polícia Civil também peça a renovação do encarceramento de Ruan Silva Rodrigues, ainda nesta semana.
A diferença das datas para pedir a renovação da prisão ocorre pelo fato de os policiais terem sido detidos em dias diferentes. Dênis foi colocado atrás das grades em 16 de janeiro, Fernando Genauro dois dias depois e, em 22 de janeiro, Ruan Silva. Eles estão no Presídio da Militar Romão Gomes, na zona norte paulistana. Suas defesas não foram localizadas. O espaço segue aberto para manifestações.
A solicitação para que os PMs fiquem mais tempo na cadeia ocorre para que o DHPP possa concluir a investigação do homicídio de Gritzbach. O caso é considerado complexo por causa das dezenas de suspeitos envolvidos no caso.
Até o momento, 26 foram presos, dos quais 17 são policiais militares, cinco policiais civis — presos na Operação Tacitus, da PF, por suspeita de elo com o PCC, por lavagem de dinheiro e corrupção ativa e passiva — e quatro pessoas relacionadas a Kauê do Amaral Coelho, apontado como o olheiro que avisou aos assassinos sobre a chegada de Gritzbach no aeroporto.
Câmeras gravaram ação
Câmeras de monitoramento registraram a ação dos assassinos do delator, orquestrada com a exatidão e pontualidade necessárias para fuzilar Gritzbach, no momento em que ele se aproximava de um de seus carros de escolta, blindado, logo após desembarcar de um voo proveniente de Alagoas.
Antes do homicídio, os três policiais militares usaram seus celulares para se comunicar, como foi provado pela investigação, a qual contribuiu para provar que os agentes circularam pela região antes, durante e após o crime. A atual fase da investigação, considerada já concluída pelo DHPP, vislumbra o envolvimento direto dos PMs no assassinato.
Com informações de Met´ropoles.