As obras da Arena da Amazônia,foram interditadas por determinação da Justiça do Trabalho do Amazonas que atendeu a pedido dos procuradores o trabalho. A decisão foi tomada ontem à noite, depois da morte de Marcleudo Ferreira, que morreu na madrugada de sábado (14) após cair de uma altura de 35 metros quando instalava os refletores do estádio.
A interdição deverá atrasar ainda mais o cronograma das obras da Arena da Amazônia. Prevista para ser entregue no dia 20 deste mês, o estádio onde será realizado os jogos da Copa 2014, a tem apenas 92% de suas obras concluídas.
A interdição foi feita em caráter liminar e se limita às obras que envolvam trabalhos realizado a grandes alturas. A decisão da Justiça do Trabalho, atende a Ação Civil Pública, impetrada pelos procuradores, Renan Bernardi Kalil e Jorsinei Dourado do Nascimento e a procuradora Maria Nely Bezerra de Oliveira.
A decisão da Justiça do Trabalho estipulou uma multa de R$ 100 mil por dia em caso de descumprimento da liminar. Nesta segunda-feira, uma perícia realizada por técnicos do Ministério Público do Trabalho vai avaliar as condições a que os operários da obra estavam sendo submetidos.
Em nota, a Andrade Gutierrez, afirmou que "não irá comentar a decisão judicial. Com relação à família da vítima, a empresa está prestando todo o apoio possível, como informado em nota ontem"
Greve
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil do Estado do Amazonas (Sintracomec-AM), Cícero Custódio, defendeu a realização de uma greve geral entre os operários que trabalham na arena como forma de protestar pelas condições de trabalho a que eles estão sendo submetidos.
Irregularidades
Desde 2012 os fiscais do Ministério do Trabalho vêm encontrando irregularidades no canteiro de obras da Arena da Amazônia, onde este ano já foi registrada a segunda morte com a de Marcleudo Ferreira, em março deste ano, outro operário, Raimundo Nonato Lima da Costa, de 49 anos, morreu enquanto trabalhava. Ele teria se desequilibrado e caído de uma altura estimada de cinco metros após tentar passar de uma coluna para o andaime.
Em janeiro, no entanto, o Ministério Público do Trabalho realizou uma fiscalização surpresa e constatou que pelo menos 15 delas haviam sido descumpridas. Entre as irregularidades encontradas, estão a não utilização de equipamentos de proteção coletiva em locais com risco de queda. Esse tipo de irregularidade pode ter originado os dois acidentes envolvendo operários que morreram ao cair da estrutura da arena.