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São Paulo — A Justiça de São Paulo negou, em segunda instância, pedido de Suzane von Richthofen, de 41 anos, para reduzir a periodicidade dos tratamentos psiquiátrico e psicológico obrigatórios a que é submetida desde a progressão de sua prisão para o regime aberto, em janeiro do ano passado. Suzane foi condenada em 2002 a 39 anos de prisão pela morte dos pais.

A decisão foi tomada pelo desembargador Damião Cogan e publicada na última sexta-feira (27/9). O acompanhamento psicológico com profissionais é uma determinação da Justiça para a manutenção do regime aberto.

Atualmente, Suzane von Richthofen faz acompanhamento semanal com psicólogos e mensal com psiquiatra. Ela entrou com o pedido para que o acompanhamento com psicólogos ocorresse uma vez por mês e o acompanhamento com psiquiatra a cada três meses.

A defesa argumentou que Suzane está fazendo acompanhamento no SUS, “comparecendo pontualmente a todos os atendimentos agendados, mostrando-se tranquila, sem queixas, adaptada a sua rotina de estudante de Direito, cuidados maternos, gerenciamento do lar, bem como, tem lidado de forma resiliente aos eventuais assédios”.

Apesar disso, o Ministério Público de São Paulo se manifestou contra a redução do acompanhamento psicológico e a Justiça não acatou o pedido.

Na decisão, o desembargador Damião Cogan argumentou que “o resultado dos atendimentos tem sido positivo para a ressocialização e recuperação da agravada, entendo não ser caso, por ora, de alteração das condições e período de atendimento psicológico e psiquiátrico já estabelecido”.

A defesa de Suzane von Richthofen não quis se manifestar sobre o caso. O espaço segue aberto.

Caso Suzane

Na noite do dia 31 de outubro de 2002, Manfred e Marísia von Richthofen foram assassinados a pauladas pelos irmãos Cravinhos, Daniel e Cristian, a mando da filha do casal, Suzane von Richthofen, na casa da família, no Brooklin, zona sul de São Paulo. O crime chocou o país tanto pela participação de Suzane quanto pela forma como foi premeditado.

Na época, ela tinha quase 19 anos e era estudante de direito da PUC-SP.

Ela foi solta em 11 de janeiro de 2023, após a Justiça conceder progressão para o regime aberto, ou seja, embora esteja livre, não pode se ausentar de casa entre 20h e 6h, não pode viajar sem autorização judicial nem beber em locais públicos. Suzane cumpria pena há 20 anos e estava na Penitenciária Feminina I Santa Maria Eufrásia Pelletier, em Tremembé, no interior de São Paulo.

Filho e faculdade

Atualmente, Suzane vive em Bragança Paulista, interior de São Paulo. Ela está casada com o médico Felipe Zecchini Nunes. O casal teve o primeiro filho no dia 26 de janeiro deste ano.

Em fevereiro, ela começou a cursar a faculdade de direito no campus Bragança Paulista da Universidade São Francisco. Suzane foi aprovada na instituição com louvor após usar a nota do Enem.

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