Foto: REUTERS/Adriano Machado

Durante conversa com a imprensa em Roma, onde participa do Fórum Internacional da Alimentação, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o sucessor do ministro Luís Roberto Barroso no Supremo Tribunal Federal (STF) será escolhido pela capacidade técnica e compromisso com a Constituição, e não por laços pessoais. O chefe do Executivo ressaltou que não busca “um amigo”, mas sim um magistrado preparado para exercer o cargo com independência e responsabilidade institucional.

“Quero uma pessoa gabaritada para ser ministro. Não quero um amigo, quero alguém cuja função será cumprir a Constituição brasileira. Essa é a qualidade que eu quero”, declarou Lula.

O presidente destacou que, ao retornar ao Brasil, pretende conversar com membros do governo e aliados antes de enviar o nome ao Senado, responsável por sabatinar e aprovar a indicação.

Aposentadoria de Barroso surpreendeu o Planalto

Lula também comentou a saída antecipada de Barroso, anunciada na última quinta-feira (10), o que, segundo ele, pegou o governo de surpresa. O ministro havia sinalizado a intenção de se aposentar, mas sua decisão repentina acelerou o processo de escolha de um novo integrante para a Suprema Corte.

“Achei precipitada a saída do ministro Barroso. Eu imaginava que ele fosse se afastar, mas não tão rapidamente. Indicar ministro do STF é uma tarefa exclusiva do presidente da República, e isso será feito com calma e responsabilidade”, afirmou Lula.

Com a aposentadoria, o presidente abre uma nova rodada de articulações políticas em torno de uma escolha que equilibre perfil técnico e diálogo com o Congresso — especialmente com o Senado, onde o nome precisará de maioria absoluta para ser aprovado.

Bastidores e cotados para a vaga

Nos bastidores, três nomes despontam como principais candidatos à vaga:

  • Jorge Messias, atual advogado-geral da União (AGU), tem o apoio de ministros do Planalto e é visto como o preferido de setores do PT. Sua proximidade com Lula e bom trânsito no Senado e no STF o colocam entre os favoritos.
  • Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, também é cogitado por sua articulação política e relação com o senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), que tem grande influência nas sabatinas.
  • Bruno Dantas, ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), é outro nome com força, especialmente entre senadores do MDB, partido que tem papel decisivo nas votações. Ele ganhou prestígio ao liberar recursos para o programa social “Pé-de-Meia”.

Apesar da pressão de aliados, Lula indicou que não cederá a pressões políticas e que tomará a decisão com base em critérios técnicos e jurídicos. A expectativa é de que o nome seja anunciado nos próximos dias, após consultas a ministros e líderes do Congresso.

“O Brasil precisa de um ministro que respeite a Constituição, e é isso que vou garantir”, reforçou Lula, encerrando o tema antes de seguir com a agenda em Roma.

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