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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) começou 2025 com uma pequena mudança na Esplanada dos Ministérios e a expectativa para os próximos meses é uma nova dança das cadeiras na composição do primeiro escalão do governo do petista. A troca de ministros tem como objetivo ampliar a popularidade de Lula e garantir a governabilidade do petista.
Entenda o caso
Lula deve realizar uma reforma ministerial para ampliar a popularidade e garantir governabilidade.
Parlamentares criticam a atuação de Alexandre Padilha (Relações Institucionais) na articulação política e defendem a entrada de Isnaldo Bulhões (MDB).
Queda na popularidade de Lula pressiona para mudança na Esplanada dos Ministérios.
Governo aposta na reforma do Imposto de Renda, ampliando a isenção para quem ganha até R$ 5 mil, para ampliar a popularidade.
Os partidos do centrão buscam mais espaço dentro do governo Lula, assim como a esquerda, base fiel do presidente nas votações na Câmara dos Deputados e no Senado Federal. Atualmente, possuem uma cadeira no primeiro escalão: MDB, PSD, Republicanos, PP, PCdoB e União, além do próprio PT.
Lula já vinha sendo cobrado de lideranças partidárias para realizar uma reforma ministerial no primeiro semestre de 2025, para ampliar a governabilidade. Agora, com a última pesquisa Datafolha, que mostra uma queda na popularidade da gestão petista, a mudança nos ministérios tem sido colocada como inevitável.
O levantamento Datafolha, divulgado na sexta-feira (14/2), apontou que 24% dos entrevistados consideram o governo Lula ótimo ou bom, o pior índice entre as três gestões do petista à frente do Palácio do Planalto.
Cobrança do centrão
Uma das maiores reclamações tem partido do PSD, de Gilberto Kassab, que atualmente comanda os ministérios de Minas e Energia, Agricultura e Pesca. A sigla deseja realocar André de Paula (Pesca) em uma pasta com maior relevância na Esplanada, como o Ministério do Turismo.
Outra cobrança por parte dos parlamentares é uma troca na articulação política do governo Lula. O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, por diversas vezes, foi colocado por deputados e senadores como coadjuvante no diálogo com as duas casas legislativas. Enquanto isso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, assume o protagonismo para garantir a votação de medidas de interesse do governo Lula.
Diante disso, como noticiou o Metrópoles uma mudança pela cúpula da Câmara é alocar o do líder do MDB na Casa Legislativa, Isnaldo Bulhões, na articulação política, seja no Ministério das Relações Institucionais ou na liderança do governo na Câmara.
Deputados disseram à reportagem que o presidente precisa ter “sensibilidade” para ver que o governo está deficiente e precisa de mudanças na articulação política.
Esquerda no governo
A vista de cobrança por parte do centrão por mais espaço no governo federal, a esquerda também pleiteia novas cadeiras na Esplanada dos Ministérios. Apesar disso, interlocutores afirmaram ao Metrópoles que para garantir a governabilidade, Lula precisa ampliar as relações com os partidos de centro.
Uma das mudanças que estão sendo cogitadas é a saída do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços para que o mesmo participe mais ativamente de viagens para ampliar a popularidade de Lula, visando a reeleição do petista em 2026.
Com a perda de uma cadeira por parte do PSB, o partido busca a inclusão de um novo nome na configuração dos ministérios. Como mostrou a coluna de Igor Gadelha, do Metrópoles, a deputada Tabata Amaral (PSB-SP) assumiria o Ministério da Ciência e Tecnologia, de Luciano Santos (PCdoB).
Apesar das mudanças ainda estarem sendo cogitadas, a última pesquisa Datafolha mostra a necessidade de Lula ampliar a popularidade, seja investindo em comunicação ou na votação de medidas populares.
A principal aposta do Palácio do Planalto é a reforma do Imposto de Renda (IR), que prevê a ampliação da isenção do IR para contribuintes com renda de até R$ 5 mil. A proposta, no entanto, poderá sofrer resistências no Congresso Nacional em consequência da compensação financeira que poderá ser adotada diante da perda de arrecadação.