Agência EBC

Com as mudanças geopolíticas causadas pelo novo governo dos Estados Unidos, liderado por Donald Trump, o presidente da França, Emmanuel Macron, tem se colocado como uma espécie de unificador da Europa, que vê o futuro da segurança do continente ameaçado pelas novas políticas do líder norte-americano.

Tentativa de união

  • Depois que Trump assumiu o poder, a Europa se viu ameaçada pelas mudanças na política externa dos Estados Unidos.
  • Além das polêmicas envolvendo as negociações de paz entre Rússia e Ucrânia, o futuro da Otan é um dos temas que tem sido debatidos por lideranças que compõem o bloco.
  • Trump já criticou o papel dos europeus da aliança, por considerar que os EUA colocam mais dinheiro na Otan do que os outros 31 países membros
  • Como forma de tentar garantir maior autonomia na segurança do continente, a União Europeia (UE) sinalizou que pode investir em um plano para o setor no valor de 800 bilhões de euros.
  • Fortalecer e dar mais autonomia à segurança da Europa é um pedido antigo de Macron.

Após a ascensão do novo presidente norte-americano ao poder, os países da União Europeia (UE) passaram a articular formas de driblar as novas políticas de Washington para a região.

Depois de Ucrânia e aliados europeus serem excluídos das primeiras conversas de paz sobre o conflito com a Rússia, e das reclamações do presidente Volodymyr Zelensky sobre a não inclusão de seu país em rodadas de negociações, Macron passou a articular conversas entre Washington e Kiev.

Foi em Paris que autoridades da União Europeia e o chefe da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), em reunião emergencial realizada em 19 de fevereiro, discutiram formas de não deixar o futuro da Ucrânia nas mãos de Trump e Putin.

Ida aos EUA

No início de fevereiro, Macron conversou com Zelensky três vezes e falou com Trump em duas ocasiões, em um intervalo de menos de dez dias. Com os contatos, o presidente da França articulou um encontro pessoal com o líder norte-americano nos EUA.

Lá, o presidente francês foi tentar com que a “voz dos europeus” fosse ouvida nas negociações de paz. Elas, contudo, ficaram travadas após o histórico bate boca entre Trump, seu vice J.D Vance e Zelensky no Salão Oval da Casa branca dias depois do encontro de Macron com o presidente dos EUA.

Ameaça nuclear

Em meio às incertezas sobre o futuro da Otan, da segurança da Europa e da Ucrânia, Macron sinalizou que pode utilizar armas nucleares para defender aliados no continente.

Para o líder francês, nações europeias precisam estar preparadas caso os EUA, sob a gestão Trump, vire as costas para a antiga parceria.

“Quero acreditar que os Estados Unidos permanecerão ao nosso lado, mas devemos estar preparados se isso não acontecer”, disse Macron durante um pronunciamento à nação.

Assim como Rússia, EUA, China, Reino Unido, Paquistão, Índia e Coreia do Norte, a França é um dos dos oitos países que possuem armas nucleares em seus arsenais.

Além disso, foi Macron que anunciou 30,6 bilhões para proteção da Ucrânia durante reunião de emergência da União Europeia em Bruxelas. O gesto surgiu após Washington suspender a ajuda militar para a Ucrânia, sob ordens de Trump.

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