Um vídeo divulgado em grupos de WhatsApp mostra imagens perturbadoras registradas por Cleusimar Cardoso, mãe de Djidja e Ademar Cardoso, em que seus filhos aparecem após a aplicação de ketamina. As imagens revelam Ademar e Djidja no quarto da mãe, ambos visivelmente afetados pela droga.

No vídeo, Djidja é vista deitada na cama enquanto seu irmão Ademar está à beira da cama, completamente paralisado. Cleusimar, que filmou a cena, mostra marcas de picadas tanto nela quanto em Ademar, exibindo também um frasco de ketamina. Em um momento, ela canta: “Pai, Mãe e Vida, cuida. Pai, Mãe e Vida cuida.”

Depoimentos e Prisões

Depoimentos de familiares à polícia indicam que Djidja, Ademar e Cleusimar passavam grande parte do tempo dentro de casa, fazendo uso constante da ketamina. Os três já estavam sob investigação há mais de um mês por envolvimento em um grupo religioso que forçava o uso da droga para alcançar uma suposta plenitude espiritual. A ketamina, quando usada recreativamente, possui efeitos alucinógenos e proporciona uma sensação de bem-estar.

Cleusimar, Ademar e três funcionários da rede de salões de beleza da família estão presos preventivamente. A defesa afirma que Cleusimar, Ademar e a funcionária Verônica da Costa estão enfrentando crises de abstinência nas unidades prisionais onde estão detidos.

Denúncias de Familiares

Outros familiares de Djidja denunciaram à polícia que tentaram ajudá-la a obter tratamento para a dependência química, mas foram impedidos por Cleusimar e Ademar.

A Seita “Pai, Mãe e Vida”

A investigação revela que a família de Djidja liderava a seita religiosa “Pai, Mãe e Vida”. Verônica da Costa, gerente de um dos salões de beleza da família, era responsável por comprar a ketamina ilegalmente, sem receita médica, com o apoio dos funcionários Marlisson Vasconcelos e Claudiele Santos. Os três estão presos por ordem judicial.

A defesa da família Cardoso nega a existência de qualquer prática religiosa coercitiva, alegando que os discursos sobre evolução espiritual e transcendência eram feitos sob efeito da droga.

“As investigações apontam que o grupo era comandado pela mãe e pelo irmão de Djidja, que acreditavam ser Maria e Jesus Cristo, respectivamente. Djidja seria Maria Madalena. Para alcançar a evolução espiritual, eles usavam cetamina ou ketamina, um potente anestésico cuja venda é proibida no Brasil”, afirmou o delegado responsável pelo caso.

As autoridades continuam investigando o caso para esclarecer todos os detalhes e responsabilizar os envolvidos pelas práticas ilegais que colocaram em risco a saúde e a vida de diversas pessoas.

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