O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, procurou o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para tratar da preocupação com a crise política e a possibilidade das reformas não avançarem no Congresso Nacional. Com informações de Metrópoles.
A conversa entre eles ocorreu na quarta-feira (28/10), mesmo dia em que o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC definiu manter a Selic (taxa básica de juros) em 2% ao ano, apesar da alta nos alimentos. É o menor patamar da história. Assim, a preocupação de Campos Neto surge em um momento chave para o Banco Central.
Maia disse ao presidente do BC que a obstrução dos trabalhos parte diretamente da base do governo.
“Não sou eu que estou obstruindo, é a base do governo. Se o governo não tem interesse nas medidas provisórias, eu não tenho o que fazer. Eu pauto, a base obstrui, eu cancelo a sessão. Infelizmente, é assim. Eu espero que, quando tivermos que votar a PEC [Proposta de Emenda à Constituição] emergencial, a reforma tributária, que o governo tenha mais interesse e a própria base tire a obstrução da pauta da Câmara”, falou o presidente da Câmara a jornalistas.
Além disso, o presidente da Câmara já havia afirmado que governos e lideranças dos partidos precisam fechar um cronograma para votação de medidas de corte de gastos para garantir a adoção do Renda Cidadã com máxima urgência. Desde o dia 6 de outubro não são realizadas votações na casa legislativa.
Campos Neto também alertou Maia sobre os reflexos para a economia e para os mercados da dificuldade política em se avançar na pauta do ajuste fiscal. O presidente da Câmara foi curto e grosso na resposta: “Ligou para a pessoa errada. Quem está obstruindo a pauta é a base do governo”, como revelou o blog Camarotti.
Porém, na manhã da quinta (29/10), o presidente da Câmara não ficou feliz em saber que Campos Netos vazou o conteúdo da conversa particular entre eles.
Ao Metrópoles, a assessoria de Rodrigo Maia informou que o parlamentar parece estar se referindo as matérias de jornal.
