Não é novidade para ninguém que o açúcar em excesso faz mal para a saúde. Tanto que diretrizes internacionais recomendam limitar o consumo de açúcar adicionado a menos de 10% da ingestão calórica diária de uma pessoa. O alimento também não é recomendado para crianças de até dois anos. Mas afinal, por que?
De acordo com um estudo publicado recentemente na revista The BMJ, o açúcar em excesso está associado a pelo menos 45 problemas de saúde, incluindo diabetes, gota, obesidade, pressão alta, ataque cardíaco, acidente vascular cerebral (AVC), câncer, asma, cárie dentária, depressão e morte precoce. Pesquisadores da China e dos Estados Unidos chegaram a essa conclusão após revisarem 73 meta-análises – que incluiu 8.601 estudos – sobre o alto consumo de açúcar adicionado.
“O alto consumo de açúcar na dieta geralmente é mais prejudicial do que benéfico para a saúde, especialmente em doenças cardiometabólicas”, concluíram os pesquisadores.
O trabalho focou em um tipo específico de açúcar: aquele adicionado durante o processamento dos alimentos; vendido como “açúcar de mesa” e outros adoçantes; e presente em xaropes, mel, suco de frutas, suco de vegetais, purês, pastas e produtos similares nos quais a estrutura celular do alimento foi quebrada. No entanto, isso não inclui açúcares que ocorrem naturalmente em laticínios ou frutas e vegetais integrais.
Segundo especialistas, esse açúcar adicionado não traz nenhum benefício nutricional para o organismo e, para piorar, costuma substituir alimentos com um bom valor nutricional, como uma fruta inteira, por exemplo. A associação entre o açúcar adicional e o aumento do risco de câncer não está bem estabelecida, mas, de acordo com os autores do novo estudo, pode ser explicada pelos efeitos do açúcar no peso.
O alto consumo de açúcar adicionado aumenta o risco de obesidade, que por sua vez é um fator de risco para vários tipos de câncer e outras doenças, como diabetes tipo 2, síndrome metabólica e doenças cardiovasculares.
Em relação à associação com a depressão, a explicação pode estar nos alimentos ultra processados, como biscoitos e doces vendidos em supermercados. Esses produtos aumentam a inflamação, que é um fator de risco para a depressão.
Limitar o consumo
As descobertas sugerem que as pessoas devem limitar a ingestão de açúcar adicionado a menos de 25 gramas ou cerca de 6 colheres de chá, por dia. Isso equivale a 2 ½ biscoitos de chocolate e cerca de 1 ½ colheres de sopa de mel, por exemplo.
Os autores também recomendam reduzir o consumo de bebidas açucaradas para menos de uma porção, que corresponde a 200 a 355 mililitros), por semana.
Com informações de O Globo