Goiânia – Manchas de sangue ajudaram a Polícia Militar de Goiás a localizar o auxiliar de produção Henrique Marcos Rodrigues de Oliveira, de 24 anos, que esfaqueou e matou sua ex-professora Cleide Aparecida dos Santos, de 60 anos, na madrugada da última quarta-feira (24/8) em Inhumas, região metropolitana da capital de Goiás.
Com uma camiseta enrolada na cabeça para esconder o rosto, Henrique pulou o muro da casa de Cleide e a atacou com uma faca com lâmina de 12 centímetros. Para entrar no local, ele ainda deu um chute na porta de vidro da residência, o que fez com que cortasse o pé. A motivação para o ataque, segundo ele, seriam broncas que a professora dava quando era aluno da escola em que ela trabalhava.
Quando a Polícia Militar foi acionada e chegou até o local do crime, Cleide ainda vivia, apesar de gravemente ferida com “aproximadamente 17 facadas”, segundo boletim de ocorrência. Naquele momento, o filho da vítima, que estava na casa e levou uma facada no braço ao defender a mãe, não conseguiu reconhecer o agressor.
Rastro de sangue
Uma equipe da PM passou então a analisar imagens de câmeras de monitoramento na região. No lugar exato do crime não tinha câmera. Pelas imagens foi possível ver o suspeito fugindo do local. Ele estava em uma bicicleta vermelha.
Henrique já era conhecido da polícia, pois em fevereiro chegou a ser preso por suspeita de tráfico de drogas. Os policiais foram então até o endereço em que o jovem morava. No local, “a equipe se deparou com manchas de sangue recentes encontradas desde o portão da entrada da residência até a casa de Henrique, que fica nos fundos”.
Assim, os policiais deduziram que rapaz estava ferido e passaram a percorrer várias unidades de saúde da região. O autor do homicídio acabou sendo encontrado durante a manhã, horas após o crime, em uma Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) de Inhumas, dentro da sala de sutura, onde tratava o ferimento no pé.
Apenas “susto”
Em depoimento para a Polícia Civil, logo após ser preso, Henrique disse que ao invadir a casa da professora Cleide seu objetivo era apenas “dar um susto” na mulher. O auxiliar de produção alegou que a vítima seria implicada com ele e o repreendia verbalmente.
Para a polícia, Cleide, na verdade, dava advertências ao aluno devido a seu mau comportamento e envolvimento com drogas.
Sem inimizades
Cleide não tinha inimizades e era muito querida na comunidade, tendo trabalhado com Educação por 37 anos, segundo a Secretaria de Estado da Educação.
O crime causou revolta e comoção na cidade. Em nota, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego) expressou condolências e os mais sinceros pêsames aos familiares, amigos e colegas de Cleide.
Henrique foi assistido por um advogado no momento do interrogatório, mas a defesa dele foi assumida pela Defensoria Pública do Estado de Goiás (DPEGO). “Como instituição responsável por garantir acesso à justiça integral e gratuita a pessoas que não podem pagar por sua assistência jurídica, informa que atua na defesa de Henrique Marcos Rodrigues de Oliveira, garantindo-lhe o devido processo legal”, disse o órgão em nota.