O Ministério Público paulista (MPSP) denunciou por extorsão Solirano de Araújo Sousa, de 48 anos, conhecido como “maníaco do carro”. Ele, que está foragido, é suspeito de ter atacado pelo menos sete mulheres na zona leste de São Paulo no começo de setembro.
O órgão também pediu a prisão preventiva do homem. Segundo a investigação, Solirano é dependente químico e, “para sustentar o vício em drogas”, tentava arrastar as vítimas para dentro do seu carro, que estava sem placas. A intenção dele, de acordo com o MPSP, era obrigá-las a fazer transferências bancárias — por meio de Pix, empréstimos e saques com cartões e senhas.
A mãe e a esposa de Solirano confirmaram a identidade dele. Segundo a promotora Claudia Aparecida Jeck Garcia Nunes de Souza, não há indicações de crimes sexuais porque nenhuma das mulheres apresentou denúncia nesse sentido.
Inquérito policial
Na semana passada, a Polícia Civil concluiu o inquérito e pediu prisão preventiva de Solirano. Ele foi visto pela última vez três dias após os ataques, em 17 de setembro, no entorno da favela Elba, em Sapopemba, na zona leste da cidade. As imagens mostram o homem entrando em um comércio da região usando muletas – segundo a Polícia Civil, ele havia procurado atendimento médico em um hospital em 14 de setembro.
Polícia apura “tribunal do crime”
O delegado responsável pelo caso, Ricardo Salvatori, não descarta a possibilidade de que o suspeito tenha sido assassinado pelo “tribunal do crime”. Isso significa que ele possa ter sido capturado por integrantes do PCC, que aplicam “penas” contra pessoas que cometem crimes considerados “intoleráveis” pela facção.
Segundo a polícia, a hipótese ganha força após o último sinal de geolocalização do celular de Solirano apontar para a favela Elba. O suspeito, que possui um mandado de prisão expedido pela Justiça pelos ataques, não mora no local, mas em outra favela na região.