Foto: David Josué - Fato Amazônico

O empresário Matheus Garcia participou nesta segunda-feira (29), no Shopping Ponta Negra, em Manaus, da coletiva de lançamento do documentário “BR-319: Vidas na Lama”. Ao lado do deputado Amom Mandel, Garcia emocionou ao relatar as dificuldades enfrentadas nas viagens pela estrada e reforçou que o filme tem o objetivo de expor a realidade de abandono vivida pelas populações que dependem da rodovia.

Segundo o empresário, o documentário não se limita a retratar buracos e lama, mas busca mostrar o impacto humano da falta de infraestrutura. “As pessoas que não veem a nossa realidade, elas não conseguem sentir a nossa dor. É preciso dar voz a quem vive às margens da BR-319. Isso é dignidade humana”, afirmou.

Garcia destacou que, além de afetar diretamente a vida das comunidades, a precariedade da rodovia compromete a Zona Franca de Manaus, única matriz econômica do estado. “Precisamos de um modal rodoviário estruturado para posicionar o Amazonas de forma justa em relação ao restante do Brasil”, acrescentou.

Ele também rebateu críticas ambientais, ressaltando que a pavimentação já conta com mais de 20 anos de estudos de impacto. “O projeto é socioambientalmente correto. Serão 172 passagens de fauna, tornando-se a rodovia com mais travessias de animais do Brasil. Hoje, o que temos é uma via sem pavimentação, com pontes de madeira que caem e sem estrutura de fiscalização”, relatou.

Durante a viagem que originou o filme, o grupo enfrentou acidentes e situações de risco. Garcia citou a falta de sinal de celular e de pontos de apoio como Corpo de Bombeiros ou Polícia Rodoviária Federal. “Nós fomos socorridos por pessoas que passavam. Esse é o dia a dia de quem precisa da BR-319. É questão de dignidade, de respeito e de equidade do Amazonas para o país inteiro.”

O empresário ainda criticou a ineficiência das instituições públicas no monitoramento de incêndios e crimes na região. Segundo ele, a ausência de estrutura deixa trabalhadores e comunidades à mercê da criminalidade. “A BR-319 pode trazer eficiência até para as instituições, que hoje não conseguem dar uma resposta efetiva”, concluiu.

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Vídeo: Samuel Estevão

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