Fábio Vieira/Metrópoles

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência da República, vai prestar um novo depoimento à Polícia Federal (PF) nesta sexta-feira (30/6) sobre os atos golpistas de 8 de janeiro.

Cid é considerado uma peça-chave para a investigação sobre o 8 de janeiro, pois mensagens apreendidas no celular dele mostram diálogos de teor golpista com pessoas próximas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Mensagens obtidas pela PF no celular analisado revelam um dos diálogos entre Cid e o então subchefe do Estado Maior do Exército, o coronel Jean Laward Junior. A conversa ocorreu dias antes do fim do mandato de Bolsonaro e mostra frases como: “O presidente vai ser preso”, “Ferrou, vai ter que ser no voto”, “Pelo amor de Deus, faz alguma coisa”, e “Convença o 01 a salvar esse país”.

Lawand e Mauro Cid mantiveram contato mesmo após a derrota de Bolsonaro nas urnas, no fim de 2022. Nas conversas que tiveram durante o período, o coronel cobrou, em diversos momentos, um plano para “salvar” o país, além de algo prático para contestar o resultado das eleições.

Prisão

Cid está preso desde 3 de maio, quando foi deflagrada a Operação Venire, investigação que apura suposto esquema de fraudes nos cartões de vacinação que teria à frente o militar, e que envolveria Bolsonaro, a filha do ex-presidente e pessoas próximas.

A PF apura se Cid cometeu os crimes de infração de medida sanitária preventiva, associação criminosa, inserção de dados falsos em sistemas de informação, peculato eletrônico e corrupção de menores.

Nos últimos dias, foram apresentados pela defesa pedidos de revogação da prisão do tenente-coronel, negados pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

CPI vai ouvir Mauro Cid

Nesta semana, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do 8/1 no Congresso Nacional definiu que tomará o depoimento do tenente-coronel na próxima terça-feira (4/7).

A ministra do STF Cármen Lúcia determinou que Mauro Cid será obrigado a ir à CPI, mas pode ficar em silêncio, sem produzir provas que possam incriminá-lo.

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